Memória Titulo
A virada do rural para o urbano na várzea do Tamanduateí

Segundo Subdistrito de Utinga: quando a vida rural termina neste espaço importante de Santo André? É possível identificar

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
08/11/2010 | 00:00
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Segundo Subdistrito de Utinga: quando a vida rural termina neste espaço importante de Santo André? É possível identificar, com precisão, essa transição? A resposta é positiva e nos é dada por dois antigos moradores: Waldemar de Souza, o entrevistado, e José Borges dos Santos Filho, o entrevistador, ambos ontem apresentados aqui em Memória.

O URBANO
Em 1948 inicia-se a construção das Casas Populares em Vila Santa Terezinha. O pasto utilizado pelo gado de dona Emiliana, mãe do Waldemar, precisa ser transferido. Passa a ser utilizada a várzea do Rio Tamanduateí, entre a Estação Prefeito Saladino e a Estação Utinga, entre o rio e a estrada de ferro.

COTIDIANO
Com a maior tranquilidade do mundo, a partir das 16h o gado começava a ser conduzido pelas ruas de Santa Terezinha até a cocheira localizada na Rua Angatuba. Hora de tirar o leite das vacas para venda às famílias dos bairros vizinhos. Durante a noite o gado permanecia na cocheira; dia seguinte, de manhã, era conduzido ao pasto.

ATERROS
A família de dona Emiliana possuía quatro carroças do tipo caçamba. Eram utilizadas para a abertura de aterros, de uma área em plena evolução.
1955 - É neste ano que as carroças são desativadas. Outros processos de abertura de loteamentos, mais modernos, passam a ser utilizados.
1960 - Não dá mais para manter vaca leiteira em Santa Terezinha. O bairro cresceu muito. A população é cada vez mais adensada e numerosa. Que fazer? Acabar com a criação e vender a área das cocheiras.
ÔNIBUS
Waldemar de Souza precisa encontrar um novo modo de vida, mais condizente com a urbanidade que chegou. Torna-se mecânico de ônibus na garagem do Sr. André Rodrigues, atividade que exercerá até se aposentar.
Os ônibus servem partes importantes do Segundo Subdistrito. A empresa da família Rodrigues chama-se Transportes Coletivos Santo André Ltda.
Distanciam-se os momentos em que Waldemar e seu colega Benedicto Faustino posavam, formosos, na grande área baldia do Parque das Nações, onde, em pouco tempo, seria erigida a atual igreja Nosso Senhor do Bonfim. Viviam-se os anos derradeiros da década de 1940. Os anos 1950 chegavam, céleres.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Sábado, 8 de novembro de 1980

Manchete - Langoni (Carlos, presidente do Banco Central) confirma a liberação parcial das taxas de juros.
Sindicalismo - Carreteiros detidos quando faziam piquete.
Advogados - Chapa Unidade vence eleição da OAB no Grande ABC.
Editorial - Nada como ter um Legislativo obediente.
Primeiro plano (Eduardo Camargo) - Popularização das bolsas de valores.
São Bernardo - Cientista Vital Brasil denomina escola municipal em Vila Vivaldi.
Teatro - Feanta (Federação Andreense de Teatro Amador) promove circuito no Grande ABC.
Cinema/crítica (Heitor Capuzzo) - A Estratégia da Aranha (de Bernardo Bertolucci, Itália, 1970) e o ciclo da história.

EM 8 DE NOVEMBRO DE...

1860 - Eduardo da Silva Prates, o primeiro conde de Prates, nasce em São Paulo (SP). Foi um dos fundadores do Automóvel Clube de São Paulo, da Sociedade Rural Brasileira e da Hípica Paulista.

1970 - Inaugurado o calçamento das ruas Beta, Delta e Ilota, na Praia Vermelha, em Eldorado, Diadema.

Trabalhadores
Nascem em 8 de novembro de:
1906 - Nello Nazareno Stracci, em Socorro (SP). Operário da Rhodia. Residia à Rua Xingu, 3.
1911 - Domingos Tasca, de Mogi Mirim (SP). Operário da Atlantis. Residia em Mauá.
1911 - Emilio Manjini, da Itália. Industriário da Rhodia. Residia à Rua Javaés, 162.
Fonte: 1º livro geral de registro do Sindicato dos Químicos do ABC.

Agenda Pró-Memória

57 anos da fundação da União Espírita de São Caetano (1953).

HOJE

Dia Mundial do Urbanismo e Dia do Radiologista.

SANTOS DO DIA

Adeodato (ou Deodato), Godofredo, João Duns Escoto e os Quatro Santos Coroados.
Na estampa, São Mauro, cuja festa é celebrada em 15 de novembro.
Crédito da estampa: acervo Vangelista Bazani (Gili) e
João de Deus Martinez.

FALECIMENTOS

SÃO BERNARDO
Maria José Alves, 79. Natural de Quebrangulo (AL). Dia 4. Cemitério do Baeta.
Margarida Maria de Souza, 78. Natural de Manduri (PE). Dia 4. Cemitério da Paulicéia.
Maria Aparecida Trindade, 78. Natural de Jacupiranga (SP).
Dia 4. Cemitério dos Casa.
Geraldo Jacob Santiago, 78. Natural de Novo Cruzeiro (MG).
Dia 3. Cemitério dos Casa.
Olívia Tavares, 74. Natural de São Jerônimo da Serra (PR). Dia 3. Cemitério Jardim da Colina.
Olga Lopes Alves, 68. Natural de São Paulo (SP). Dia 4.
Cemitério Jardim da Colina.
Maria Carolina Matheus Costa, 64. Natural de São Sebastião do Paraíso (MG). Dia 3. Cemitério de Vila Euclides.
Marina de Macedo Souza, 61. Natural de São Paulo (SP). Dia 4. Cemitério Vale da Paz,
em São Paulo.
SÃO CAETANO
(Cemitério da Cerâmica)
Darcy Vieira, 76. Dia 1º.
Luiz Silvino da Silva, 75. Dia 1º.
José Fernandes, 71. Dia 4.
Aida Barbosa Pedreira, 71. Dia 4.
Alfonso Padron Cruz, 63. Dia 1º.

ROSALINA LEME BENEDICTO
(Mogi Mirim, SP, 15-3-1917 - Santo André 28-10-2010)

t A família de dona Rosalina reside há 60 anos no Grande ABC. A mudança do Interior para cá ocorreu em 1950,
com o objetivo de encontrar uma vida melhor, num centro urbano que crescia e necessitava de mão-de-obra.
Filha de Joanna Maria de Oliveira e Francelino Leme, Rosalina fazia parte de uma família de 15 irmãos.
As condições de vida no Interior já não eram suficientes para uma qualidade de vida que fosse ao menos razoável.
Solteira, Rosalina trabalha em São Paulo, numa tecelagem.
E depois se casa com Eduardo Benedicto, operário da Cerâmica São Caetano. Tiveram dois filhos: Antonia, nascida em São Caetano, e Ademir.
"Ela era uma mulher simples. Gostava de cuidar da casa. Sentia-se feliz com a felicidade dos filhos e netos", conta a filha Antonia
Benedicta dos Santos.
Em São Caetano, dona Rosalina frequentava a igreja do seu bairro, Vila Prosperidade. Em Utinga,
para onde a família mudou posteriormente, ia à igreja Santa Maria Goretti, mas
sem a mesma regularidade
de antes.
Partiu aos 93 anos. Deixa quatro netos: Ricardo, Rosana, Luciana e Henrique. Está sepultada no Cemitério do Curuçá, em túmulo familiar, que recebeu o marido Eduardo há 22 anos.




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