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Tigre deve voltar às mãos de fundador

Questões político-econômicas ‘pressionam’ Luiz
Fernando Teixeira a devolver time a Edinho Montemor

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
18/05/2017 | 07:00
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Marina Brandão/DAGBC


Desde a fundação, em dezembro de 2004, o São Bernardo tenta desvencilhar sua imagem da política da cidade. Não foram poucas as vezes em que, por conta de dirigentes ligados ao Paço Municipal ou à Assembleia Legislativa estadual, o Tigre se viu cercado de boatos e situações, benéficas ou maléficas, que com muito custo e esforço nos bastidores não afetaram o desempenho dentro de campo. Mas a última troca de governo do município, que teve a saída de Luiz Marinho (PT) e a entrada de Orlando Morando (PSDB), deu início à enxurrada de rumores quanto à continuidade do clube na cidade, da parceria para utilização do Estádio 1º de Maio e outras, que podem levar a mudança radical no comando aurinegro: as saídas do presidente Thiago Ferreira e do principal acionista, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), para o retorno do fundador Edinho Montemor, que concorreu nas últimas eleições a vereador pelo PSDB, mas teve os 1.433 votos impugnados por estar inelegível.

O fato de Morando – que é o primeiro vice-presidente da história do clube – e Teixeira estarem politicamente em lados opostos, enquanto Marinho era colega partidário, seria um dos principais motivos para a troca repentina. Isso porque os atuais comandantes do Tigre temem que a Prefeitura dificulte ações do clube e, inclusive, passem a cobrar pela utilização do 1º de Maio, o qual é concedido à equipe em troca das manutenções do gramado e do Projeto Tigrinho – escolinha de futebol a jovens do município. Tal situação seria inviável financeiramente ao Aurinegro que, com o rebaixamento à Série A-2 do Paulista, sofreu golpe nos cofres e não teria como arcar com mais este custo de aluguel do espaço para mandar jogos.

As tratativas são mantidas em sigilo e faltariam detalhes para formalização. Com isso, o assunto ganha voz na cidade, inclusive na Câmara.

Coletiva deve ser convocada até a próxima semana para concretizar a negociação, que vem ocorrendo justamente na fase final de preparação do time à estreia pela Série D do Brasileiro, domingo, às 15h, contra o Novo Hamburgo, no Sul.
Em contato com o Diário por telefone, Thiago Ferreira e Edinho Montemor – pai do diretor de futebol Edgard Montemor – não quiseram falar do assunto. Luiz Fernando Teixeira não retornou os contatos.

Clube teve ascensão meteórica no Estado

Quando Luiz Fernando Teixeira assumiu o São Bernardo, em 2009, após adquirir cotas, o clube já havia conquistado dois acessos com Montemor (Segundona de 2005 e A-3 de 2008). A chegada do atual deputado trouxe o intuito de “profissionalizar e modernizar” o Tigre.
Logo em 2009 alcançou aumento significativo de torcedores por meio de parcerias com empresas da região. Em 2010, o primeiro resultado: ficou entre os quatro melhores da Série A-2 e levou de maneira inédita um clube da cidade à elite estadual.

Porém, em 2011 veio o rebaixamento à A-2, a qual disputou novamente na temporada seguinte e conquistou título, acesso e vaga na Copa do Brasil de 2013, ano que seria campeão da Copa Paulista.

O Tigre permaneceu na elite paulista entre 2014 e 2016. No último, inclusive, foi às quartas de final pela primeira vez e ganhou vaga na Série D do Brasileiro, a qual disputará a partir de domingo. Neste ano, entretanto, oscilou no Estadual e acabou rebaixado à A-2 de 2018. 




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