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Formados na Uniban não conseguem registro profissional
Por Maria Teresa Orlandi
Do Diário OnLine
25/02/2003 | 11:35
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Ex-alunos da primeira turma do curso Arquitetura e Urbanismo da Universidade Bandeirante (Uniban) de São Bernardo, formada no ano passado, estão impedidos de exercer a profissão. Eles não conseguem obter o registro profissional junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) em razão de problemas com a documentação da universidade, o que está levando os recém-formados à perda de projetos e oportunidades de emprego.

A autônoma Márcia da Silva Guimarães, 33 anos, formada em julho, protocolou seu pedido de registro junto ao Crea de São Bernardo em outubro do ano passado, mas aguarda até hoje sua carteirinha, que deveria ter ficado pronta em 48 horas. “O Crea me disse que o campus da Uniban de São Bernardo não estava cadastrado. Na faculdade, o atendimento é complicado. Fui até ao Procon, mas não aceitaram minha queixa, dizendo que os alunos deveriam se unir e resolver o problema com o Crea e a faculdade. Mas até hoje continuamos nesse impasse”, disse.

Márcia diz que nesse período deixou de realizar pelo menos um projeto por mês, o que lhe renderia cerca de R$ 4 mil. “Até deixei de fazer anúncios porque teria que rejeitar projetos por não ter o registro.” Situação semelhante enfrenta Rodrigo Carlos Gomes, 24, também formado em julho, e que aguarda sua credencial desde agosto. Ele trabalha na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), onde não precisa do registro, mas já perdeu dois projetos como autônomo. “Tive que recusar trabalhos para um templo religioso e uma residência, pelos quais receberia entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.”

Segundo Angélica Molina, 27, formada em dezembro, o ex-alunos estão desorientados, pois o Crea culpa a universidade pela demora na entrega da documentação e a Uniban, por sua vez, não dá explicações aos alunos. “Gastamos R$ 120 no diploma e R$ 150 na anuidade do Crea, que diz que não há previsão para a emissão do registro. Já procurei a coordenação do curso e a direção, mas não tive resposta. Estamos nos sentindo lesados.”

O Crea informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a universidade concluiu a entrega da documentação exigida para o cadastro do campus de São Bernardo em dezembro, período que coincidiu com as férias das Câmaras. Explicou que, por se tratar da primeira turma no curso de Arquitetura da Uniban em São Bernardo, o Conselho deve seguir os procedimentos legais para o registro da universidade, determinação de atribuições e posterior emissão das carteiras, cujo prazo previsto por legislação é de 90 dias – a contar a partir de 6 de fevereiro, quando a análise teve início. Concluído o processo, o prazo é de 48 horas para que os formandos recebam suas carteiras.

Já a Uniban negou que tenha atrasado a entrega dos documentos. A assessoria de imprensa da universidade informou que forneceu no início do segundo semestre de 2002, mas que o Conselho informou somente no fim do ano sobre a falta de outros documentos. Disse ainda que desconhecia a necessidade de cadastramento do campus de São Bernardo, uma vez que os de São Paulo já estão em situação regular com o Crea.

O Crea recomenda às universidades que providenciem o cadastramento de um cada um de seus campi junto ao conselho regional tão logo o curso seja aberto para evitar eventuais contratempos a seus alunos.




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