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Ciúme entre jovens acaba em tiros
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
18/02/2005 | 15:11
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Uma jovem de 17 anos pode ter sido pivô de uma tentativa de homicídio no Centro de Diadema, na noite de quarta-feira. O crime ocorreu em frente à Escola Estadual Niccia Ferrari, por volta das 22h. Eleilson Rodrigues Oliveira, 18, namorado da a-dolescente, teria disparado seis vezes contra Marcos Vinícius Silva, 18, enquanto a jovem assistia à aula. Silva, que foi atingido por duas balas, foi socorrido no Pronto-Socorro de Diadema e não corre risco de morte. Oliveira foi encaminhado à Delegacia Seccional, onde permanece preso. A es-tudante O.C.S., namorada do acusado, afirma não saber o motivo da briga. Os três se conhecem desde a infância.

Polícia e família da vítima acreditam que o crime foi motivado por ciúme. Familiares de Silva contam que o rapaz disse que era pressionado por conhecidos de Oliveira há du-as semanas. “Ele não comentou ter qualquer relacionamento com a garota, nem sabemos quem é ela. Ele não estudava mais na escola, mas todas as noites ficava em frente ao colégio. Na semana passada, chegou assustado e disse que alguns amigos de Eleilson tinham batido nele”, conta a tia da vítima Elizabeth da Silva.

A adolescente O.C.S. diz não ter qualquer envolvimento amoroso com o rapaz baleado. Testemunhas do crime, no entanto, afirmam que a briga foi por causa da jovem e que Silva teria partido para a agressão primeiro. “Estávamos em frente à escola quando o Eleilson (apontado como autor dos disparos) chegou, se aproximou do Marcos (a vítima) e perguntou a razão dele insistir em sair com a garota. Foi quando Marcos partiu para cima dele. Só que o azar é que Eleilson estava armado”, conta J.V.S., 23 anos, a-migo dos envolvidos.

O irmão da vítima, Luiz Humberto Silva Teixeira, 20 anos, e a tia Elizabeth não descartam a possibilidade de Silva ter começado a briga. “Ele tem temperamento difícil e pode ter enfrentado o amigo, mesmo depois de ter visto a arma”, diz o irmão mais velho.

Silva foi baleado no ombro e no maxilar. Quinta-feira, foi transferido para o Centro Hospitalar de Santo André, onde passaria por uma cirurgia para retirada da bala.

Namoro – A adolescente O. cursa o segundo ano do ensino médio na escola estadual, que fica na rua São João, em Diadema. Seu namorado, a-pontado como autor dos disparos, freqüenta a mesma u-nidade no período da manhã. A garota afirma que estava em aula quando ouviu os disparos. “Só soube que se tratava dos dois quando a polícia veio me buscar na sala”, diz a adolescente.

Segundo a polícia, foi O. quem auxiliou a encontrar o namorado. Oliveira teria fugido logo depois de atirar no amigo. Foi capturado na avenida Senador Vitorino Freire, também no Centro. A arma usada no crime foi localizada depois, em um matagal próximo à casa da adolescente, no Jardim Míriam, na capital. O revólver calibre 38, com numeração raspada, foi apreendido. Para a polícia, o acusado disse ter comprado o revólver de um desconhecido por R$ 500. Com ele, a polícia ainda apreendeu cinco cápsulas deflagradas e um par de luva de látex.

Oliveira, o acusado, não tem família. Segundo a garota O., ele vive com uma mulher a quem trata como “madrinha”. “Ele trabalha como estoquista e estamos juntos há um ano. Com o Marcos (vítima) nunca tive nada. Eles já tinham brigado antes, mas não sei o motivo. Nem fazia idéia que o Eleilson tinha uma arma. Já o Marcos é encrenqueiro mesmo. Sempre se metia em confusão na escola.”

Na tarde de quinta-feira, ao falar com a reportagem, O. ainda estava muito nervosa e dizia estar com medo. Sua família é evangélica e o pai cria O. (filha mais velha) e outras cinco crianças com rigidez. “Ele (o acusado) é meu primeiro namorado e a gente só se via aqui em casa. Nem sei onde ele mora.”

A mãe da adolescente afirma ter uma percepção positiva do namorado da filha e do amigo do casal, o jovem baleado. “Por várias vezes os três estiveram juntos em casa. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer.” A “madrinha” de Oliveira não quis comentar o crime. Ela limitou-se a dizer que contratou um advogado para defender o acusado.



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