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Mostras são opção
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
01/07/2006 | 09:39
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Não é muito fácil competir com transmissão de jogo do Brasil nas quartas-de-final, mas o circuito de mostras paulistano bem que tenta. E com louvor, evitando coincidências horárias com o Brasil x França de hoje à tarde (16h).

O Centro Cultural São Paulo (Tel.: 3277-3611), por exemplo, envereda por direção incomum nos ciclos de cinema, que costumam referendar a política de autor e exaltar apenas diretores. O CCSP organiza exposição de filmes que têm no elenco Raul Cortez, 73 anos. O de hoje, exibido às 20h, é Lavoura Arcaica (2001), longa de Luiz Fernando Carvalho adaptado do romance de Raduan Nassar.

De carona na sugestão do título da mostra, convém atentar para o trabalho do veterano ator, que representa não só uma constituição moral perdida, do patriarca que é desafiado por um amor incestuoso entre os filhos, mas do imigrante (libanês) confrontado com novo território e novos tempos.

Na mesma linha esqueçam-os-diretores, a Sala Cinemateca (Tel.: 5084-2177) promove a mostra Jean-Claude Carrière: Roteirista de Cinema, em que destaca o trabalho do francês que trabalhou com e em meio mundo, sensivelmente com Buñuel (A Bela da Tarde, O Discreto Charme da Burguesia) e até com Babenco (Brincando nos Campos do Senhor). Hoje são três os filmes roteirizados por Carrière a ocupar as exibições: Valmont (às 13h30), no qual adapta com o diretor Milos Forman o livro Relações Perigosas, de Choderlos de Lacros; Reencarnação (19h), uma espécie de suspense-romance kardecista estrelado por Nicole Kidman e dirigido por Jonathan Glazer; e Antonieta (21h), a serviço do espanhol Carlos Saura, e no qual investiga bastidores de uma revolução política no México.

No Centro Cultural Banco do Brasil (Tel.: 3113-3652) prossegue a interessante - imperdível, diria - Japão Pop: O Novo Cinema Japonês, que reúne 11 filmes nipônicos inéditos. Vale pelo ineditismo e pela tentativa de detectar como andam a estética e a narrativa de um cinema que busca espelhar uma sociedade que muito mudou em tão pouco tempo.

Para hoje, No One's Ark (19h), de Nobuhiro Yamashita, sobre um casal que tenta entrar pela porta dos fundos no comércio de narcóticos.



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