Economia Titulo
Região tem inflação maior em oito anos
Pedro Souza
Do diário do Grande ABC
11/12/2010 | 07:01
Compartilhar notícia


Os consumidores da região tiveram a maior inflação para o mês de novembro dos últimos oito anos. O avanço médio dos preços no mês passado chegou a 0,86%. Em 2002 o registro foi de 4,11%. O resultado ficou acima da inflação nacional, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que subiu 0,83%.

Mesmo com desempenho expressivo diante de iguais períodos de anos anteriores, novembro apresentou desaceleração ante outubro. A região presenciou inflação de 0,90% no mês das crianças.

Como ocorrido nos últimos meses, os alimentos continuaram como inimigos do orçamento das famílias. O grupo teve a maior inflação do índice com 2,11%. Por outro lado, os vestuários tiveram redução média nos preços de 0,54%.

Os dados fazem parte do IPC-USCS (Índice de Preços ao Consumidor do Grande ABC da Universidade Municipal de São Caetano).

Conforme o assistente de coordenação do IPC-USCS/ABC, Lúcio Flávio Dantas, as carnes vermelhas exerceram maior pressão no mês passado, subindo em média 9,72%. "Isso aconteceu mesmo com queda de 4% no atacado na última semana do mês", disse.

Como o período era de véspera das festas de fim de ano, é comum que aconteça encarecimento das carnes, principalmente das suínas e brancas. "As alternativas não estão satisfatórias. Os cortes de frango subiram, em média, 3,5%", avaliou.

O problema que encarece as carnes é reflexo de iniciativas dos últimos anos. O abate de animais foi elevado e, hoje, a oferta está prejudicada. Com falta de produto no mercado, e demanda aquecida, a tendência é de aumento dos preços.

"Mas o varejo vai acabar resistindo ao encarecimento que ocorre no atacado. Isso porque está vendo seu faturamento reduzir", argumentou Dantas. O leite também subiu em novembro, com variação de 1,03%.

 VESTUÁRIO - O especialista afirmou que a deflação de 0,54% no grupo vestuário foi surpresa. "Não é comum ocorrer recuo em novembro. O que é normal é leve pressão inflacionária, mas não queda."

Ele explicou que a dificuldade do mercado de definir a estação e também o câmbio impulsionaram a redução. "Não só os produtos acabados, mas muitas matérias-primas são provenientes da China. E com o real valorizado, ficam mais baratos, o que é repassado ao consumidor."

 CALOR - Quem já iniciou as comemorações de fim de ano está enfrentando problema: a cerveja encareceu 1,5%. E o calor é um dos principais motivos para a elevação. "A tendência é que as pessoas consumam mais no verão. E quanto maior a demanda, é possível que os preços aumentem", explicou Dantas.

Os sucos artificiais tiveram alta de 2,29% e os pós para refrescos encareceram 3,85%. A expansão do preço de ambos produtos também está associada ao clima quente.

 HABITAÇÃO - Os reflexos do principal indexador do aluguel começaram a aparecer no IPC-USCS/ABC. Com a alta acumulada do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) na casa dos 10%, o grupo habitação do indicador da região subiu 0,51%. "Com o mercado imobiliário aquecido, os proprietários têm mais margem para realmente aplicar o indexador. E quem já aluga não vai mudar, pois encontrará preços mais altos", opinou Dantas.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;