O carro da Câmara de Diadema flagrado estacionado ao lado da subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no bairro Piraporinha, pertence ao gabinete do vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). O parlamentar, porém, negou o uso do automóvel para conduzi-lo à reunião de delegados eleitorais do PT, realizada no sábado.

Segundo Maninho, o motorista do gabinete, Azarias Brás Pimenta, é quem foi ao local com o veículo oficial com placa BNZ-1269. Pela lei 9.504/97, é vedada a utilização de carros oficiais em eventos estritamente partidários, como o organizado pelo diretório petista no fim de semana. "Não o autorizei a usar o veículo e não fui eu quem usou. Eu moro ao lado da sede (do sindicato) e fui a pé", contou Maninho.

Na segunda-feira, após reportagem do Diário, o vereador encaminhou lista em que mostra que Pimenta não é delegado eleitoral definido pelo partido, o que agrava a situação do servidor. "Me coloquei à disposição de qualquer esclarecimento, mostrando que não sabia que ele (Pimenta) estava com o carro oficial. Agora a Câmara tem de definir (alguma punição)", avaliou o parlamentar, que garantiu instruir o assessor a não utilizar o automóvel em situacões que ferem a lei. "Eles recebem cartilha com o que pode e o que não pode. Essa parte, que compete ao vereador, eu fiz."

Segundo Maninho, Pimenta confessou que foi com veículo da Casa à subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC por conta de atividades promovidas pelo gabinete do petista. De origem sindical, Maninho costuma mandar assessores a portas de fábrica ou a sindicatos para colher demandas que podem ser transformadas em projetos de lei apresentadas ao governo Mário Reali (PT).

O presidente do Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), afirmou que a responsabilidade punitiva ao servidor depende de Maninho. "A mesa diretora não tem competência para aplicar sanções como nesse caso. O vereador tem de fiscalizar a atividade de seus assessores."

O comunista disse não ver "mau uso" do veículo estacionado na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Na parte de trás do automóvel há um adesivo que assegura "uso exclusivo em serviço" e cede telefones caso munícipes queiram denunciar abusos com a frota oficial.