Ao se referir ao 0 a 0 do Santo André contra o CRB, Sérgio Soares considerou o resultado até bom para quem atuou fora de casa. No entanto, um detalhe o deixou intrigado: a desaceleração do time no estádio Rei Pelé. É um sintoma, segundo ele, de quem já mostra os primeiros sinais do compreensível desgaste provocado pela intensa maratona que passou a caracterizar a Série B do Campeonato Brasileiro. "É jogo que não acaba mais às terças, sextas, sábados... De repente, você pára de trabalhar pesado e dá treinos leves para compensar a fadiga dos atletas. Não tem saída. Mas chega uma hora em que é necessário diminuir o ritmo. Então, vamos redirecionar o nosso trabalho", avisa.

Sérgio Soares e o preparador físico Stelio Metzker falaram sobre isso durante a permanência do elenco em Maceió. Ambos concluíram que o ideal é aproveitar a folga atual na tabela - o Santo André recebe o Gama na sexta-feira - para adaptar o planejamento às novas circunstâncias que puseram um breque no embalo anterior. "Conseguimos um placar importante na casa do CRB (0 a 0), mas não gostei do que vi nos dois tempos. Quisemos correr bem mais do que a bola. Faltou naturalidade. Não conseguimos achar o ponto certo de equilíbrio no instante de atacar e defender. Disparamos além da conta", analisou o treinador, ao reprisar as imagens do que aconteceu na última rodada.

Segundo ele, o empate de Maceió mostrará melhores desdobramentos na tabela se o Santo André ganhar do Gama. "Se você conquista um ponto lá fora e três em casa, ótimo. É a rotina que nos levará ao acesso à elite. Só que uma bobeada em nosso estádio poderá nos complicar demais", acredita.

O garoto Arthur tem a mesma opinião quanto aos cuidados que se deve tomar. "As dificuldades aumentarão. A forte marcação do CRB deu uma idéia do que nos aguarda", alerta o ala que, a exemplo do armador Júnior Dutra, já se impõe no esquema de Sérgio Soares.