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Moradores e comerciantes reclamam de rua intransitável

Problema acontece próximo a Av. Kennedy às sextas-feiras, desde abertura de novo bar

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
27/07/2016 | 07:00
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Arquivo pessoal


Moradores e comerciantes da Rua Olegário Herculano, travessa da Avenida Kennedy, no bairro Anchieta, em São Bernardo, reclamam dos transtornos causados pelos frequentadores do Bar Supra, inaugurado há cerca de um mês. O espaço fica praticamente intransitável, principalmente às sextas-feiras, tendo em vista que o pessoal ocupa o passeio público durante a diversão. Com isso, a população fica sem opção para acessar as residências.

Além de diversos chamados feitos à Polícia Militar, os moradores organizaram abaixo-assinado na tentativa de cobrar do poder público a resolução do problema. O motorista Rafael Ferreira de Azevedo, 52 anos, contou que é impossível sair de casa. Ele mora com a esposa, a publicitária Giscélia Azevedo, 45, e a mãe Isabel Azevedo, 76, no bairro. “Acabamos ficando reféns na nossa casa, porque não dá para sair com o carro na rua. Além disso, já flagramos diversas pessoas urinando na parede. Não ficamos à vontade nem mesmo aqui no nosso quintal, já que há consumo de bebidas alcoólicas e drogas”, disse.

Há ainda reclamação a respeito dos carros dos frequentadores, que ficam parados em frente às garagens. “Moro aqui há 54 anos e nunca tive problemas assim. Não conseguimos entrar na nossa casa”, afirmou Isabel.

Já para Camilo Nishiguchi, 64, que também é morador do entorno, o principal problema é relacionado às finanças. Ele é proprietário de estacionamento que fica em frente ao novo bar e afirma que tem prejuízo de R$ 180 por semana. “Na quinta e, principalmente, sexta-feira, mais de 2.000 pessoas ficam aqui na rua.”

Para os proprietários dos outros bares, a principal reclamação é de que a aglomeração dificulta o acesso dos clientes. “Meu prejuízo já chegou a R$ 10 mil. Meus clientes não conseguem chegar aqui por causa do tumulto, o que está prejudicando o bar. Além disso, a gente fica até apreensivo de estacionar na rua, porque meu carro está todo riscado”, afirmou a dona do bar Giramundo Ariani Sudatti, 40.

“Ele tem todo o direito de vir aqui e se estabelecer, mas os clientes precisam ficar dentro do bar” afirmou o proprietário do bar Liverpool Carlos Miranda, 53. Ambos registraram boletim de ocorrência no 2º DP (Rudge Ramos) por perturbação do sossego.

OUTRO LADO

Os sócios-proprietários da unidade do Supra Bar, Anderson e Milton, que preferiram se identificar somente pelo primeiro nome, afirmaram que estão cientes do problema. “Estamos fazendo de tudo para que seja resolvido. Na última sexta-feira, fechamos as 23h. Temos quatro seguranças que mantêm as pessoas nas calçadas e vão liberando o fluxo”, disse Milton.

A equipe do Diário teve acesso a trechos de filmagens de todas as sextas-feiras desde a instalação do novo bar. No dia da inauguração, no dia 8, multidão tomava toda a rua. Desde o dia 15, os proprietários instalaram correntes para que as pessoas fiquem nas calçadas, além de um segurança no local. O bar é fechado por volta da meia-noite. Todos os dias, equipe se encarrega de fazer a limpeza e deixa a via com todo o lixo recolhido. “Estamos fazendo o possível para que o problema seja solucionado e até cogitamos não abrir de sexta-feira para não incomodar os moradores”, afirmou Milton.

Segundo os proprietários, um dos fatores que explica o grande número de pessoas no bar são os frequentadores de casas noturnas da região, que acabam indo até o local para beber antes. Alguns ambulantes também atuam no local vendendo bebidas alcoólicas devido a aglomeração.

Questionada sobre o assunto, a Prefeitura afirmou que abriu processo administrativo. O bar foi notificado por falta de alvará de funcionamento e por perturbação do sossego público. “Caso não haja o atendimento de nossa notificação, o estabelecimento será multado e lacrado”, disse em nota a administração. Os proprietários garantem que já deram entrada com a documentação para regularizar a situação. 




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