Depois da oficialização da saída do vereador de Santo André Sargento Juliano das fileiras do PMDB (agora está no PSB), o partido no âmbito municipal deliberou para lançar a pré-candidatura ao Paço de Rafael Daniel, sobrinho do prefeito petista Celso Daniel (morto em 2002). Após passar por outras legendas, Rafael retornou no ano passado à sigla, pela qual já disputou cadeira na Câmara em 2008. Em 2012, ele entrou como número dois na chapa de Nilson Bonome (PMDB) à Prefeitura.

Rafael teve aval da executiva após reunião entre os integrantes da municipal. A comissão provisória da legenda, chefiada por Leandro Baldan, adotava discurso de apresentar nome em chapa majoritária. Juliano era cotado para cumprir a estratégia, sob determinação do diretório paulista, comandado pelo deputado federal Baleia Rossi.

A iniciativa com o PMDB, segundo Rafael, não é de hoje e vinha amadurecendo. “Vínhamos com esse projeto desde 2006 com um grupo que estuda Santo André a fundo, mas temos discernimento para entender o momento certo”, contou, explicando que, em 2012, unir-se ao programa do então candidato Nilson Bonome como vice era a melhor opção. A chapa ficou na quarta posição no pleito.

A proposta é retomar ideias do prefeito Celso Daniel que foram deixadas de lado, de acordo com o peemedebista. “A base dos projetos do Celso vai ser implementada com nova visão, uma nova tecnologia, porque há série de coisas que podemos recuperar, apesar de alguns conceitos terem ficado obsoletos”, disse.

Tanto Rafael Daniel quanto o presidente da executiva andreense negam que o projeto de lançar nome próprio ao Paço tenha surgido com o desligamento de Sargento Juliano. “Nosso entendimento é que não era o momento para o Juliano sair. Minha vontade era que ele permanecesse e eu pedi isso, mas ele foi muito claro e disse que só conseguiria ajudar o partido se saísse. Com a saída do vereador muitas pessoas estão vindo nos procurar”, disse Baldan, acrescentando que o alto índice de votos do parlamentar assustava possíveis pré-candidatos a entrarem na sigla. Ele tem encabeçado lista dos mais votados à Câmara.

O presidente da municipal afirmou ainda que não há possibilidade de união com outras chapas majoritárias, mesmo admitindo que houve conversas com adversários. “Alguns candidatos a prefeito nos procuraram, mas o entendimento das direções estadual e nacional do PMDB é que deve-se haver apontamento na cidade pelo tamanho e importância do partido, por isso é inviável que sejamos vice de alguém.”

De acordo com Rafael, a ideia da proposta para a cidade “é tão grande quanto a sigla”. “Um projeto grandioso pede um partido grandioso. Nossa família tem um histórico na cidade, desde meu avô, que se estendeu com o Celso, com a sua visão ampla. Então, quando nós andamos nas ruas, o andreense tem uma visão de conforto”, frisou.