Centenas de fiéis brasileiros que viajaram ao Vaticano para assistir à canonização levavam imagens da santa e bandeiras do Brasil. Entre eles estavam pelos menos 100 madres da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada pela madre em Santa Catarina, além do cardeal D. Eugênio de Araújo Sales (arcebispo emérito do Rio de Janeiro), D. Eusébio Scheid e do cardeal-arcebispo de São Paulo, D. Cláudio Hummes. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Jaime Chemello, também compareceu.

Ao todo, milhares de pessoas acompanharam a cerimônia, na qual também foram canonizados outros quatro religiosos— o espanhol Alonso de Orozco e os italianos Ignazio da Santhià, Umile da Bisignano e Benedetta Cambiagio Frassinello. Esta foi a 44ª canonização presidida por João Paulo, que comemorou, no sábado, o seu 82º aniversário.

"Fazer com que Jesus fosse conhecido, amado e adorado por todos e em todo mundo", afirmou o sumo pontífice, lembrando uma frase da madre Paulina. O papa fez “votos de que a vida de madre Paulina possa continuar servindo como modelo de santidade às irmãs de sua congregação.

O papa leu o texto em latim, falando com voz cansada e dicção confusa, que o povo acompanhava com dificuldade, apesar de um serviço de som impecável. O santo padre saudou “com afeto” os brasileiros presentes no local, “especialmente, o senhor presidente e demais autoridades civis que se uniram a esta celebração”. Fernando Henrique chegou a participar a comunhão durante a cerimônia.

Preces- Fernando Henrique afirmou que pediria à santa “que ajudasse o nosso povo e ajudasse o mundo na paz. Vivemos um momento em que o mais importante para todos, inclusive para o brasileiro, é que haja paz”.

No Brasil- A cidade de Nova Trento (SC), onde a madre viveu, acompanhou a canonização em festa — cerca de 40 mil fiéis se reuniram para uma missa campal.

Origens- Apesar de considerada a primeira santa brasileira, Amabile Lucia Visintainer nasceu na Itália e veio para Santa Catarina quando tinha 10 anos, em 1875. Aos 25 anos, fundou sua congregação em Nova Trento (SC). A santa morreu em 1942, no bairro Ipiranga, na zona Sul de São Paulo.

Em 1991, em visita ao Brasil, o Papa anunciou que o Vaticano reconheceu o primeiro milagre da madre, ocorrido em 1966, em Santa Catarina. Nesta época, Madre Paulina foi beatificada.

A comprovação de um segundo milagre – exigência para a canonização – ocorreu há dois anos: a cura de uma menina com um tipo de doença cerebral considerada irreversível, em Rio Branco, no Acre.