A nata do PSDB de São Paulo tem visto com cautela o pífio desempenho do ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi (PSDB) na pré-campanha à Prefeitura de Mauá e já cogita, nos bastidores, atrair o deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB) para disputar a sucessão do prefeito Donisete Braga (PT) pela legenda.

Oficialmente, o tucanato ainda não admite a saída de Volpi da disputa, mas tem se frustrado a cada resultado de pesquisas internas do partido. Pelas sondagens, o nome do ex-gestor ainda não ganhou corpo. No levantamento feito pelo DGABC Pesquisas, publicado em dezembro pelo Diário, Volpi aparece em quarto lugar, com 5%, em um dos cenários. Num segundo extrato, com mais candidatos no páreo, o tucano registra os mesmos 5%, mas cai para quinta colocação, ficando atrás, na sequência, de Atila, Donisete, da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) e do ex-prefeiturável Irmão Ozelito (SD).

Presidente do PSDB em São Paulo, o deputado estadual Pedro Tobias desconversou sobre possível derrocada da pré-candidatura de Volpi, mas admitiu ouvir “boatos” sobre a possível desistência do tucano. “Ele garantiu que será candidato. Vamos ver”, sintetizou o dirigente. Mandatário do PSDB mauaense, Márcio Canuto também assegurou que o ex-prefeito participará do processo eleitoral de outubro. “O Volpi só não será candidato se não quiser ser. Já temos, inclusive, conversas avançando com outros partidos (para formar o arco de alianças)”, sustentou.

Volpi, por sua vez, evidenciou divergência com o comando estadual do partido. O ex-prefeito garantiu que será candidato em outubro, mas disparou contra Tobias. “O Pedro Tobias é um inconsequente. Ele escuta boatos e transforma o que ouve em outro boato. Esses dias me ligou e me perguntou o que estava acontecendo em Mauá. Eu disse que estava chovendo”, ironizou Volpi, ao acrescentar que tem feito “três a quatro reuniões por dia” para alavancar a candidatura. Atual superintendente do Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), Volpi confirmou que deixará o cargo no fim de março.

Já Atila vê de perto adesão do Palácio dos Bandeirantes ao seu projeto. O comunista já admitiu trocar o PCdoB pelo PSB, aproveitando o elo entre tucanos e socialistas em São Paulo. Internamente, inclusive, Atila tem postergado a decisão sobre seu parceiro de chapa, para priorizar qualquer movimento partidário que atraia apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB).