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Preso seqüestrador perto da região
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
01/09/2006 | 23:04
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A DAS (Delegacia Anti-Seqüestro) da Polícia Civil prendeu na noite de quinta-feira um dos grandes seqüestradores do Estado. Luis Andes Gonzales Orellana, 30 anos, conhecido como Gringo, foi capturado na favela dos 18, no Jardim Miriam, na Capital, divisa com Diadema. O preso, de origem chilena, estava foragido desde 2004, quando foi resgatado do Cadeião de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Ele seria integrante da quadrilha de Alessandro Lima da Silva, o Bingolau, responsável por mais de 60 seqüestros em todo o Estado e morto em 2001 em confronto com a polícia.

A prisão se deu por volta das 21h. Segundo a polícia, quando percebeu que a polícia o havia descoberto, Gringo tentou fugir pulando a janela da casa em que estava e escalando pelo telhado do vizinho. Ele inclusive teria atirado contra os policias. Mas a área estava cercada e o acusado ficou sem opções de fuga. A investigação policial descobriu que o chileno estava vivendo na casa de uma namorada e obteve mandado judicial para procurá-lo na residência.

Além dos crimes praticados com Bingolau, a polícia atribui a Gringo 10 seqüestros bem-sucedidos, sempre vitimando empresários da Grande São Paulo.

Fugas – Escapar da cadeia é um hábito comum entre ex-membros da quadrilha de Bingolau. O acusado preso sexta-feira fugiu do Cadeião de Pinheiros depois de fingir estar passando mal. Os funcionários iriam transferi-lo para um hospital da região, mas ele foi resgatado por comparsas antes de chegar ao destino.

Outro membro do grupo a ganhar notoriedade pela capacidade de fugir é Agamenon Leopoldino Ferreira, 32 anos, preso em junho pela Força Tática da PM na favela Santa Cruz, em Diadema. Agamenon já havia fugido da Cadeia Pública de Mirassol, no interior do Estado, e da Dacar, cadeia que funcionava ao lado do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André. Quando foi preso, estava em um Ford Fiesta clonado, portava um RG falso e estava com papelotes de cocaína, crack, balanças de precisão e mais de R$ 5 mil em dinheiro.

Pelo fato de a prisão de Gringo e Agamenon terem ocorrido em locais próximos, a Delegacia Anti-Seqüestro acredita que podem haver outros membros da quadrilha escondidos na região de Diadema.

O principal nome do grupo, entretanto, não teve a chance de escapar tantas vezes da cadeia. Quando foi morto em confronto policial, em 2001, Alessandro Lima da Silva, o Bingolau, tinha 19 anos. Segundo informações da polícia civil divulgadas na época da morte do acusado, Bingolau teria começado a carreira como auxiliar de outros seqüestradores, mas em menos de um ano passou a organizar os crimes e a contratar comparsas. Dada a quantidade de operações, o rapaz teve contato com diversos seqüestradores, alguns até estrangeiros, caso de Gringo.

Em 2001, quando o crime de seqüestro esteve no auge em São Paulo, os delegados seccionais de Santo André, São Bernardo e Diadema – que respondem por todo o Grande ABC – divulgaram uma lista com os 10 nomes mais procurados. Bingolau e Agamenon estavam entre esses nomes.

Quem são eles

Bingolau (Alessandro Lima da Silva)
Foi apontado como o principal seqüestrador a atuar no Estado pela Delegacia Anti-Seqüestro da Polícia Civil. Esteve envolvido em mais de 60 seqüestros, caracterizados pela ousadia dos crimes e a violência imposta às vítimas. Só no Grande ABC, Bingolau teria coordenado 16 ações. Foi morto em novembro de 2001, em confronto com a polícia, na rodovia Piaçagüera–Guarujá.

Agamenon Leopoldino Ferreira
Esteve numa lista dos 10 seqüestradores mais procurados divulgada pelas três delegacias seccionais da região em 2001. Chegou a fugir de presídios por duas vezes, e estava foragido até julho deste ano, quando foi capturado pela PM na favela Santa Cruz, em Diadema, próximo à área onde o DAS prendeu Gringo quinta-feira.



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