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Importadoras de carros ameaçam ir à Justiça
contra alta de 30 pontos percentuais no IPI
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
17/09/2011 | 07:29
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O aumento de 30 pontos percentuais nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados para os carros trazidos do Exterior por empresas sem fábricas no País vai inviabilizar comercialmente o setor de importação de veículos e significa elevação efetiva média de 230% no tributo (no caso dos carros de 1.6 a 2.0 litros).

Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos, José Luiz Gandini, que questiona as justificativas usadas pelo governo para adotar as medidas de protecionismo às montadoras locais. A Abeiva promete entrar com ação na Justiça contra a medida do governo federal.

O dirigente cita que o decreto desrespeita emenda constitucional que dá 90 dias de prazo para entrada em vigor de qualquer alteração na alíquota do IPI. Dessa forma, todo o estoque de veículos importados nos portos, em trânsito ou encomendados aos países de origem, será penalizado com a majoração nos custos.

Ele afirma ainda que argumento de que a elevação do IPI significa geração de empregos aos brasileiros não se sustenta, já que a atividade de importação também é responsável por postos de trabalho no País (35 mil diretos), com investimentos de mais de 1.000 empresários brasileiros no setor de distribuição. A associação também avalia que, além de ferir regras da Organização Mundial do Comércio, as medidas vão propiciar à indústria local condições de elevar seus preços, na medida em que a indústria nacional deixará de ter a concorrência em tecnologia, atualização de design e valores. "Vale lembrar que os carros importados são balizadores de preços ", cita Gandini.

O dirigente lembra ainda que os importados das 27 associadas da entidade representam apenas 5,8% das vendas totais de automóveis no mercado nacional, enquanto os trazidos do Exterior pelas montadoras com fábricas no País somam cerca de 17%. Ou seja, boa parte da invasão de carros estrangeiros é promovida pelas próprias fabricantes. "Se considerarmos os produtos das associadas que concorrem diretamente com a indústria local, até a faixa de R$ 60 mil, a participação dos importados cai para 3,3%", afirma.

ESCALADA - No entanto, os números da Abeiva mostram que é inegável a disparada nas vendas dos importados. Apenas a chinesa Chery, que vendeu 2.610 unidades no País de janeiro a agosto de 2010, nos primeiros oito meses de 2011 comercializou 12.770 veículos, alta de 389%. Outra asiática, a JAC, que não tinha atividade de comercialização no início de 2010, neste ano já tem 14.459 unidades vendidas, representando 8,9% do total vendido pelas importadoras neste ano (129.281 unidades). (com AE)




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