Mazal, que significa destino, em hebraico, traz basicamente composiçoes cantadas no dialeto ladino, que se parece muito com o espanhol em sua sonoridade. Isso porque foi idioma utilizado pelos judeus sefaraditas que habitavam a península ibérica nos séculos XI e XIII. As faixas deste álbum tratam, principalmente, sobre o amor e a religiosidade.   

A música desse povo é uma relíquia da cultura judaica. Hoje o dialeto está praticamente extinto, mas parte de suas composiçoes ainda sao passadas de geraçao a geraçao. "Mas eu nao faço um simples resgate. Na verdade, crio uma nova linguagem, um universo próprio", elucida a cantora.   

Por isso mesmo, ela acredita que seu trabalho tem de tudo para nao se limitar a uma música de gueto. "O sentimento musical é atemporal e universal. Fala de alma para alma, e independe de geografia", acredita. Para Fortuna, que até 1992 cantava MPB, o novo gênero musical entrou em sua vida quase que de maneira mágica. "Eu sonhava com essas melodias", jura.   

Naquele ano, durante uma turnê por Israel, foi conhecer o Museu da Diáspora e lá, ouviu a música que tocou seu coraçao. Sentiu que daí por diante sua carreira sofreria uma reviravolta. "Fiquei paralisada de medo em pensar nisso", confessa.   

No entanto, a escolha parece ter sido acertada. Fortuna está em seu quarto CD, e já vendeu mais de 80 mil cópias destes. Agora se prepara para gravar um outro álbum com os monges beneditinos que estarao no show desta segunda. `Fortuna' - show com a cantora e coral de monges beneditinos. Segunda (30), às 21h. Na Sala Sao Paulo - Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: 221-3980. Ingr.: de R$ 10 a R$ 40.