As fortes chuvas que atingiram a região no início de janeiro ainda deixam rastro de deslizamentos em Santo André. Moradores da Vila Curuçá, em Santo André, reclamam que o muro do cemitério do bairro desabou em dois pontos nos dias 19 e 20 de janeiro e até hoje não foi reconstruído.

Os mais prejudicados pela queda do muro e consequente deslizamento de terra foram os moradores do condomínio Betânia, da rua Campo Santo, à direita do Cemitério do Curuçá. Com os temporais, a água e a terra desceram pela encosta e entraram no condomínio, deixando a lama a um metro de altura nas garagens.

O pintor Isaque Pereira do Carmo, 61 anos, afirma que a situação se repetia em todos os dias de chuva e a limpeza era executada por empresa contratada pelo próprio prédio. "A única providência da Defesa Civil foi cercar o local com faixas listradas. Minha maior preocupação é com a contaminação da água que tem invadido nossos imóveis", disse.

No início da rua Campo Santo ainda há entulho no local onde o muro caiu e só há um plástico preto contendo possíveis deslizamentos.

No segundo ponto de queda há uma lombada construída em formato de meia lua no comprimento da rua, em uma tentativa de conter a água. "Não há pintura indicando o obstáculo na pista e a noite muitos carros são surpreendidos com a lombada indevida, correndo o risco de perderem o controle de direção", afirmou vizinho que preferiu não se identificar.

A área desmoronada fica próxima a jazigos e gavetas onde são depositadas ossadas. "Por muito pouco a chuva não trouxe muito mais do que lama para nossas casas", criticou o morador. Procurada ontem, a Prefeitura de Santo André informou que só teria condições de falar sobre o assunto hoje.