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Feriado causa polêmica em Mauá
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
17/10/2005 | 07:48
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Virou queda-de-braço política em Mauá a criação do feriado em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra. O vereador da oposição Paulo Eugênio Pereira (PT) protocolou na última semana a proposta que institui o dia 20 de novembro como feriado na cidade. O resultado foram críticas de integrantes da base de sustentação do prefeito interino Diniz Lopes (PL), que não querem votar o projeto do petista, mas pretendem aprovar a proposta do liberal que cria o feriado e, segundo eles, deve chegar à Câmara nos próximos dias.

A alegação do grupo de Diniz é que o projeto de Paulo Eugênio carece de debate. "O projeto do Diniz a gente conhece, está melhor formatado porque foi discutido com a comunidade", afirma o líder de governo na Câmara, Alberto Betão Pereira Justino (PSB). "Nosso projeto para o feriado já está pronto há uns 10 dias, só não veio (para a Câmara) porque o Diniz não estava aí para assinar", garante o articulador político do governo Diniz Lopes, Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

O responsável pela Coordenadoria da Promoção de Igualdade Racial e Étnica de Mauá, Aparecido Antoni, declarou-se surpreso ao saber que o vereador petista apresentou proposta de criação do Feriado da Consciência Negra no município. "Há dois meses discutimos nosso projeto com sindicatos e empresas. Não dá para apresentar um projeto desses sem discussão", alfineta.

Já Diniz prefere afastar-se da discussão. "Eu não mando na Câmara. Se alguém está criando algum empecilho, com certeza não é o governo. O importante para mim é o feriado, vindo de quem for." Apesar de minimizar a disputa, o prefeito não poupa críticas ao oposicionista. "Ele pegou nossa idéia e apresentou, foi o que causou essa polêmica", acusa.


No olho do furacão – Para Paulo Eugênio, a atuação da base aliada do prefeito é política pura. "Não tenha dúvida disso. Querem tirar o mérito da iniciativa porque sou da oposição", afirma. Ele conta que a idéia de instituir o feriado em homenagem aos negros de Mauá tem zero de relação direta com as discussões de promoção de igualdade racial do governo Diniz.

"O projeto não é meu, mas sim do movimento negro, no qual milito. É uma questão regional que caminha para um feriado nacional", explica. A sugestão para que o petista apresentasse o projeto de lei veio de militantes de entidades civis ligadas à questão racial, que já conseguiram instituir a data comemorativa em outras cidades.

O petista diz lamentar a atitude da base aliada do governo de brecar o projeto dele para aprovar o do Executivo. "Se o governo apóia a idéia, que vote junto comigo", cobra Paulo Eugênio. "Espero que o Diniz Lopes esteja acima dessa pequenez."




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