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Primeira reação foi de queda no dólar
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27/07/2006 | 07:40
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O anúncio das medidas cambiais feito na tarde de quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o principal evento do dia para o mercado doméstico. A primeira reação ao pacote foi a queda das cotações do dólar ante o real. Analistas viram as medidas como uma redução de custos e uma melhora operacional ao exportador, mas com efeito neutro para a taxa de câmbio no curto prazo.

De uma forma geral a avaliação é de que se um dos objetivos é dar sustentação ao dólar ante o real, o efeito poderá ser limitado sobre a taxa de câmbio no curto prazo. "As medidas não terão impacto imediato na taxa de câmbio ou no desempenho da balança comercial", diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro.

Para ele, como iniciativa de racionalização e desburocratização, o pacote deverá levar a uma redução de custos de até 2% por operação de exportação. Mas o pacote não provocará aumento da taxa de câmbio no curto prazo porque não vai alterar a oferta de dólar no país. Para a AEB, vão aproveitar o pacote as empresas que são importadoras e exportadoras, como Petrobras, Embraer, indústrias automobilísticas e de eletroeletrônicos. Mas empresas que exportam commodities, como a Vale do Rio Doce, não deverão usufruir dos benefícios.

Na entrevista para divulgação do pacote, o ministro Guido Mantega reiterou que as medidas terão impacto na taxa de câmbio. "O quanto eu não sei avaliar", disse. O ministro estimou que cerca de 15% dos 30% das receitas, que não precisarão ser internalizadas, deverão mesmo ficar no exterior. "É bastante dinheiro. Isso já pode ter influência na taxa de câmbio."

Mantega destacou também que a possibilidade de o exportador fazer um fechamento de câmbio mais simplificado, permitindo uma entrada e saída no mesmo dia também terá impacto na taxa de câmbio, "na direção que queremos". Segundo ele, as medidas só terão efeito quando a medida provisória e a decisão do Conselho Monetário Nacional passarem a vigorar, o que está previsto para a próxima semana. "O efeito não é imediato. Quinze, 20 dias, um mês."

A medida provisória será publicada entre o final desta semana e o início da próxima. Na seqüência, o CMN vai realizar uma reunião extraordinária para fixar em 30% o limite de flexibilização da cobertura cambial, que terá isenção de CPMF.

As medidas também permitem o registro de capital estrangeiro regularizado e não registrado no BC. Mantega informou que apenas os capitais estrangeiros que entraram no Brasil até 2004 poderão ser registrados no Banco Central. Em entrevista no Rio, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que o pacote cambial, junto com um novo financiamento que o BNDES anunciará nesta quinta-feira em Brasília, deverá reduzir a valorização do real no médio prazo.




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