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Araújo tem planos bem definidos para a Câmara
Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
19/12/2010 | 07:11
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Andréa Iseki/DGABC


O vereador José de Araújo (PMDB), eleito presidente da Câmara de Santo André para o biênio 2011/2012, já tem bem definidas suas prioridades para a volta do recesso parlamentar, em fevereiro.

No comando da mesa diretora pela primeira vez em seis mandatos, um dos parlamentares mais experientes de Santo André quer esmiuçar assuntos que ficaram pendentes em 2010, como a criação do cargo de assessor jurídico para cada um dos 21 pares e a reforma do prédio do Legislativo, que na próxima legislatura, em 2013, abrigará 27 vereadores.

Ele abandona, contudo, a luta pela extinção da Ouvidoria municipal. Desde 2005, Araújo e seu correligionário, Sargento Juliano, tentaram por diversas vezes fechar o órgão. Segundo a dupla, a entidade não cumpre o papel de servir como canal entre a administração e os munícipes, e onera os cofres públicos.

"Continuo com a opinião de que ela deva ser extinta, mas isso não é mais possível pelas manifestações contrárias. Respeito estas opiniões", conforma-se. Em março, quando encaminhou indicação ao prefeito, Aidan Ravin (PTB), solicitando a extinção, representantes do colegiado da Ouvidoria, em especial a OAB, divulgaram nota repudiando a tentativa.

O peemedebista também disse ser favorável à criação do cargo de assessor jurídico, mas que, como todos os assuntos relevantes, ele será discutido primeiramente com a mesa diretora e, consequentemente, com os demais pares. "Ele analisaria a constitucionalidade dos projetos e evitaria travar a pauta."

Questionado se trabalhará pela aprovação do Código de Ética e Decoro Parlamentar, que tramita na Casa desde 1998, não disse nem que sim, nem que não. "Entendo que para ser levado para votação é preciso o consenso dos 21, o que não ocorreu neste ano" - o futuro presidente articulou para que o projeto não fosse votado em 2010.

 

Sem ressentimentos - No dia 2, data da eleição da mesa diretora para o próximo biênio, Araújo fincou pé e se recusou a votar em Ailton Lima (PDT), candidato governista que tinha maioria de votos. A postura chateou o secretário de Finanças e de Gabinete e homem-forte da Prefeitura, Nilson Bonome. "De maneira nenhuma isso altera a relação com o Executivo. Os encaminhamentos do dia estão superados", considera.

A vitória certa de Araújo quase ruiu após o PT (único partido de oposição) abandonar o compromisso com o peemedebista para apoiar Almir Cicote (PSB). Mesmo assim, diz não ter se arrependido de buscar votos na oposição. "O processo político é dinâmico", filosofa.

Vereador nega rótulo linha-dura conferido por servidores da Casa

Araújo diz não ter tomado conhecimento. Mas, de fato, seu colega de PMDB e atual presidente da Câmara, Sargento Juliano, fez circular decreto entre os gabinetes na véspera da eleição proibindo a andança de funcionários nos corredores durante a sessão decisiva.

O ato foi considerado por alguns vereadores como censura, que tinha por objetivo não atrapalhar a vitória de Araújo à presidência. Isso porque o peemedebista está em baixa com os servidores, que o consideram linha-dura.

O rótulo, contudo, é descartado pelo parlamentar. Para embasar sua posição, reitera que fará gestão conjunta com os pares.

Araújo não era o preferido do funcionalismo da Casa para vencer a eleição pelo temor de que o peemedebista corte algumas de suas regalias, como emendas de feriados.

O futuro presidente, no entanto, ressalta que seguirá calendário de trabalho decretado pelo Executivo e pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que prevê a concessão de emendas de feriado. Mas atenta que estas horas serão compensadas, ao contrário do que ocorreu na gestão Juliano.
"Nas empresas privadas estas horas são compensadas, assim como na Prefeitura e no Semasa. Não é justo a Câmara não compensar", alerta. "Isso não é ser linha-dura, é ser justo."

Para ratificar o estilo, encerrou a entrevista desejando boas festas aos servidores.




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