O furacão Ivan se dissipou neste domingo no leste dos Estados Unidos, após 12 dias de devastação e pelo menos 108 mortos nos Estados Unidos e Caribe. O Centro Nacional de Furacões, com sede em Miami, emitiu seu alerta final sobre Ivan na última hora do sábado, quando a tormenta, então convertida em depressão tropical, avançava para o Oceano Atlântico.

Entretanto, o fim da tarefa de limpeza e reconstrução ainda não está à vista para países devastados pela tormenta, que deixou uns 70 mortos no Caribe e 38 nos Estados Unidos. Enquanto o número de vítimas nos Estados Unidos aumentava, um diplomata francês que voltava de sua missão em Granada, um dos primeiros lugares golpeados pelo furacão, descreveu o que viu ali como "uma desolação absoluta".

Uma equipe de resgate francesa ajudou a reabrir estradas e um hospital na pequena Granada, que sofreu 37 mortes quando Ivan passou por lá no dia 8 de setembro. "Fui advertido, mas isto supera qualquer coisa que possa ter imaginado. A maioria dos telhados voou, as casas estão abertas ao céu e pudemos ver paredes destruídas não somente nas casas pequenas, construídas precariamente, mas também nas casas sólidas, bem construídas", disse no sábado o embaixador francês em Santa Lucia, Bernard Venzo.

As autoridades lançaram uma ampla operação de socorro pela costa do Golfo, enquanto as chuvas provocadas por Ivan continuavam caindo e causando inundações desde a Geórgia até Maryland e dando início a tornados. A tormenta desencadeou chuvas na maior parte do leste dos Estados Unidos no sábado, antes de se perder no oceano.

O sargento John Blades, da polícia estatal de Maryland, disse que pelo menos cinco tornados afetaram o estado no sábado, o que destroçou mais milhares de casas. Os especialistas em seguros estimaram os danos em torno de US$ 10 bilhões, o que converte a tormenta em uma das mais caras da história do país.