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Blatter enfrenta hoje pleito mais polêmico desde chegada à Fifa

Suíço, que tem como único opositor príncipe jordaniano, encara pressão da Uefa por renúncia

Por Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
29/05/2015 | 07:00
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As eleições da Fifa, que serão realizadas hoje, em Zurique, na Suíça, são as primeiras em que o atual presidente, Joseph Blatter, corre risco de ser batido por outro candidato. As oito prisões efetuadas pela polícia suíça em conjunto com autoridades dos Estados Unidos, entre as quais está incluída a de José Maria Marin, ex-mandatário da CBF, colocam um grande ponto de interrogação sobre sua quinta eleição consecutiva à entidade que comanda desde 1998, ano em que sucedeu o brasileiro João Havelange. Seu único opositor é o príncipe de Jordânia Ali bin al-Hussein.

Ontem, na cerimônia de abertura do congresso da Fifa, Blatter falou pela primeira vez após o escândalo. “Os eventos de ontem (anteontem) colocaram uma longa sombra sobre o futebol. Eles trazem vergonha e humilhação ao futebol e exigem mudanças de nós todos. Não podemos mais deixar que a reputação da Fifa seja arrastada pela lama”, discursou Blatter. “Sei que muitos me consideram responsável, mas eu não posso monitorar todos a todo tempo. Não pode haver espaço para corrupção”, disse ele, que não foi citado no processo instaurado pelo FBI nos Estados Unidos.

A abertura do congresso, por si só, foi embaraçosa. Após a fala de Blatter, houve batucada e cantoria em cenas pitorescas. Um espetáculo sem lugar no meio de tantas acusações e suspeitas lançadas sobre a entidade máxima do futebol.

Como se antes do início do evento, o presidente da Uefa, entidade que rege o futebol europeu, Michel Platini, não tivesse ido ao escritório de Blatter para dizer palavras pouco amistosas e pedido a renúncia do mandatário. “Disse a ele (Blatter): ‘Estou pedindo para que deixe a Fifa.’ Discutimos no escritório dele e reforcei a ideia de que ele deveria sair. Ele disse que não poderia fazer isso agora. Eu disse que é uma pena”, revelou o francês em entrevista coletiva.

Platini também afirmou que a Uefa votará contra Blatter em favor do jordaniano nas eleições. Segundo ele, ao menos 46 dos 53 integrantes do bloco devem votar unidos, mas que tentaria convencer o restante até o momento do pleito – resta saber, no entanto, quantas das outras 156 federações seguirão os passos.

O francês também não descartou boicotar a próxima Copa do Mundo, em 2018, na Rússia, caso Blatter vença – ele disse que haverá reunião em Berlim, no dia 6 de junho, pela ocasião da final da Liga dos Campeões, para discutir o assunto.

Outro que se opôs a Blatter foi o vice-presidente da Fifa, o inglês David Gill, que também é integrante do conselho da Uefa. Gill disse que se o suíço vencer, deixará o cargo na entidade máxima do futebol.




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