Política Titulo Lava Jato
PF estuda quebrar sigilo de sindicato e diretores

Medida atingiria Tarcisio e Barba, ex-sócio e atual
diretor da Gráfica Atitude, suspeita de lavar dinheiro

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
18/04/2015 | 07:00
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Félix R./Estadão Conteúdo


A PF (Polícia Federal) estuda quebrar sigilos telefônico, fiscal e bancário do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e de integrantes da direção da Editora Gráfica Atitude, apontada na Operação Lava Jato como ponte da lavagem liderada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde quarta-feira. A medida pode atingir o deputado estadual Teonílio Monteiro da Costa, o Barba (PT), atual diretor da empresa, e o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), ex-sócio da editora.

A quebra de sigilo da entidade e dos políticos envolvidos ainda não foi decretada, porém, já se especula que esse será o próximo passo a ser tomado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Os inquéritos estão concentrados na PF do Paraná.

A 12ª fase da apuração apontou que a Editora Gráfica Atitude era utilizada por Vaccari para que ele recebesse recursos desviados da Petrobras. Grandes empreiteiras contratadas pela petroleira brasileira eram forçadas a firmar acordos com a Atitude. A PF estima que até R$ 2,5 milhões foram depositados na conta da editora e que parte desta verba abastecia campanhas eleitorais do PT.

Tarcisio e Barba negaram quaisquer irregularidades no caso, mas devem ser convocados pela CPI da Petrobras para prestarem esclarecimentos sobre o funcionamento da editora (leia mais abaixo). Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disseram extraoficialmente que o controle de fato da empresa está a cargo do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo. Tanto que o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), ligado à entidade bancária, também deve ser ouvido em Brasília.

CUNHADA
Marice Correa de Lima, cunhada de Vaccari, se entregou ontem à PF, na sede do Paraná. Ela teve seu nome citado na Operação Lava Jato e está com prisão preventiva decretada desde o início da 12ª fase da investigação.

Segundo apuraram os policiais, Marice recebeu propina em dezembro de 2013 da empreiteira OAS, em valores entregues em espécie em sua residência, em São Paulo. A suspeita é a de que ela e outros parentes de Vaccari foram utilizados para ocultar quantias desviadas da Petrobras.

Ontem também o PT definiu o novo tesoureiro do partido. Será o ex-deputado Marcio Macedo, de Sergipe. O presidente nacional do petismo, Rui Falcão, afirmou que a sigla não vai mais aceitar doações privadas. (com Agências) 




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