A recicladora de pneus Terra apresentou terça à Prefeitura de Mauá pedido de doação de área de pelo menos 4 mil m² para instalação de uma unidade com capacidade para processar 40 toneladas de sucata por dia no Pólo de Sertãozinho. Os empresários Abel Moraes Jr. e Joel Costa mostraram o projeto de instalação da empresa, com investimento previsto de R$ 22 milhões e capacidade para geração de 80 empregos diretos e pelo menos 600 indiretos. O negócio será apresentado também à Prefeitura de São Bernardo nos próximos dias.

Os consultores Geraldo Floreci Jr. e José Carlos Alves Jr., da N Decisão Consultoria, empresa que desenhou o projeto, afirmaram que há pelo menos três bancos comerciais interessados em intermediar o financiamento de 80% do investimento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No projeto, a empresa poderá gerar faturamento de R$ 18 milhões ao ano operando com 70% de sua capacidade instalada. A taxa de retorno de 37% garantiria o pagamento do investimento em dois anos.

Transformação – Para tirar dinheiro de pneu velho, a empresa pretende transformar 30% da sucata em carbono – insumo utilizado na fabricação de roupas, cosméticos, tintas e plástico. Outros 15% do lixo serão transformados em aço, aproveitável na indústria metalúrgica e em siderúrgicas. Outros 55% serão transformados em óleo combustível, na proporção de 1,9 milhão de litros para cada remessa de 40 toneladas. Os defensores do projeto afirmam que a máquina processadora dos pneus traz como vantagem o baixo nível de emissão de poluentes. De acordo com eles, até mesmo o gás metano gerado a partir da transformação da sucata pode ser aproveitado como combustível.

Local – A definição do local de instalação da planta é o primeiro passo para apresentação do projeto à Companhia Estadual de Tecnologia em Saneamento Ambiental. Os empresários querem esperar pela definição de uma área antes de formalizar a constituição legal da empresa. Eles afirmaram que a primeira unidade da Terra foi fundada por brasileiros há um ano na Flórida, Estados Unidos. Para quem considera que a idéia é boa, mas o projeto inviável, os empreenderores disseram que a empresa terá um grande trunfo no futuro: a aprovação da lei federal que obriga os fabricantes de pneus a garantir o descarte ambiental dos produtos após o uso comercial. — RD