O investimento representa 16,6% do montante (cerca de R$ 300 milhões) destinado em 2004 às áreas de abrangência da empresa – Grande São Paulo, Baixada Santista, Campinas e Vale do Paraíba. Pelo menos 40 km de tubulação serão construídos na região. A meta da distribuidora é dobrar o número de clientes residenciais no Grande ABC, hoje em torno de 2,2 mil, e ampliar seu atendimento comercial, industrial e a postos de GNV (gás natural veicular).

"Esperamos os maiores resultados com a conclusão da ampliação da rede, já que boa parte dos clientes comerciais só contrata nossos serviços quando eles já estão disponíveis. As indústrias e as grandes concentrações residenciais são o nosso foco inicial", afirma José Carlos Broisler Oliver, superintendente de projetos.

Oliver considera o Grande ABC uma região com "características muito particulares", que facilitariam a expansão da rede da empresa. "Temos um grande número de residências próximas de regiões comerciais e industriais. Isso deixa nossa distribuição muito mais eficiente."

A região responde atualmente por 15% do faturamento total da empresa – que, em 2003, foi de R$ 2,346 bilhões. "Temos uma atenção especial pelo Grande ABC, pois, além de possuir uma clientela variada, situa-se num ponto-chave dentro da nossa área de abrangência", diz o superintendente.

O último grande investimento na região, de aproximadamente US$ 7,5 milhões, foi realizado em 2001, também na ampliação da rede de distribuição de gás natural.

Planejamento – A expansão da rede da Comgás se orienta por bolsões de futuros consumidores ou de contratantes de seu serviço. Em alguns pontos, os bolsões podem ser industriais; em outros, residenciais.

"É uma forma de termos pontos de referência, mas isso não impede que a rede que abastece um grupo de indústrias, por exemplo, seja utilizada também para residências relativamente próximas", afirma Oliver.

O superintendente aguarda um crescimento especial de postos de GNV no Grande ABC, que também costumam aderir aos serviços da empresa somente quando a rede está instalada. "Existe uma demanda cada vez maior pelo GNV, seja por frotas de táxis ou de ônibus. A tendência é termos um crescimento de sua utilização e, conseqüentemente, da oferta. Pela nossa experiência anterior, a maioria dos proprietários de postos só aceita o GNV quando a rede está próxima."

Trimestre – A Comgás fechou o primeiro trimestre de 2004 com crescimento de 10,48% no número de consumidores em relação a março do ano passado. A maior alta setorial foi de postos de combustível (30,1%), que passaram de 165, em 2003, para 216, em 2004.

Em números totais, a empresa mantém atualmente 422.334 clientes, a maior parte (97,9%) residenciais, com 413.397 atendimentos. O consumo industrial, que responde por 73% da receita líquida da concessionária, refere-se a apenas 783 clientes, que representam 0,185% do total de consumidores.