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Santo André define nesta segunda saída de sem-teto
Por Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
17/05/2010 | 07:00
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A Prefeitura de Santo André define hoje a data de desocupação das 500 famílias do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) que há mais de uma semana ocupam área pertencente à administração, no bairro Cidade São Jorge.

Ontem, 30 agentes das secretarias de Inclusão Social e Habitação fizeram até às 14h, o cadastramento das famílias. Durante a semana, o governo municipal fará o cruzamento de informações para saber se as pessoas já estão inscritas em outros programas socias.

Mas no fim dos trabalhos, ainda ficaram 280 famílias que não fizeram o cadastro, segundo a líder do movimento, Maria das Dores. "Fizemos uma assembleia com os acampados para tentar acalmá-los, mas todos estavam muitos nervosos após ficar na fila e no sol por muito tempo", explicou a líder dos acampados.

A Prefeitura de Santo André tem em mãos, desde quinta-feira, autorização judicial para que seja feita a reintegração de posse da área pública.

Segundo o secretário de Desenvolvimento e Habitação, Frederico Muraro, a reunião de hoje entre o movimento e as secretarias de Habitação, Assuntos Jurídicos e Assistência Social será para combinar quando o movimento desocupará a área.

"O Doutor Brasil (Niljanil Bueno Brasil, secretário de Assuntos Jurídicos) irá explicar para os líderes do movimento as condições judiciais que já temos como a ordem de reintegração de posse", disse Muraro.

Cadastro - Para manter a organização das pessoas que seriam cadastradas no programa federal Minha Casa, Minha Vida , anteontem, os líderes do MTST distribuíram senhas para que na manhã de ontem o trabalho dos agentes da Prefeitura fosse facilitado. O objetivo também era impedir que novos invasores também se beneficiassem com o cadastro da administração.

Foram separados 10 grupos de 50 pessoas cada, que se deslocavam do acampamento para a entrada do local. Grávida, a dona de casa Michele Cristina da Silva, 26 anos, fez seu cadastro por volta das 11h e dali iria direto para a maternidade. "Espero que quando eu voltar do hospital já tenham resolvido a nossa situação. Moro num barraco de lona com minha mãe e uma irmã. Não comemos e não dormimos direito desde que chegamos aqui. Mas mesmo com um filho pequeno vou resistir o tempo que for para conseguir uma moradia", disse a mulher.

No movimento sem-teto pela primeira vez, Edimailton Ferreira da Paixão, 47 anos, é um dos que ajuda a montar os barracos de lona. "Quero minha casa e vou ficar aqui até resolverem", disse.

Administração tem pressa em liberar área
O secretário de Desenvolvimento e Habitação, Frederico Muraro, disse que a Prefeitura de Santo André tem pressa em resolver o impasse sobre a reintegração de posse da área, pois em novembro terá início no local a construção de um galpão destinado a reciclagem. "É uma área de 40 mil metros quadrados e as obras precisam ser iniciadas já que contam com recursos do governo federal", disse o secretário.

"O MTST nos propôs fazer uma reunião com o pessoal da Caixa Econômica Federal e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo ) e nós estamos a disposição", explicou Muraro.

O secretário salientou que os próximos passos a partir de hoje são apurar as informações coletadas ontem e definir por uma retirada pacífica das famílias do local.

"Se o próprio movimento conseguir verba e uma área fechada para que possam construir as moradias, daremos todo o apoio. O projeto que temos hoje para os imóveis do Minha Casa, Minha Vida é no Parque das Nações", afirmou.

Acampamento - Segundo a líder do movimento, Maria das Dores, das famílias que estão no local, apenas três são de Mauá.

"Amanhã (hoje) vamos pedir um prazo maior para a Prefeitura, pois a maioria das pessoas aqui não tem para onde ir, e saber quando serão feitos os cadastros das pessoas que restaram", disse Maria.




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