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Presidente do PPS diz que PT é maniqueísta
Paulo Carneiro
Da ARN, em Sao Paulo
21/10/2000 | 20:47
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O presidente estadual do PPS, deputado Arnaldo Jardim, acusa o PT de "ressuscitar o maniqueísmo" na política brasileira pela divulgaçao de um manifesto de apoio à esquerda no segundo turno, dando preferência aos seus candidatos. Jardim ficou irritado ao constatar que o documento, assinado por 49 artistas e intelectuais, defende, em Diadema, José de Filippi Jr. (PT) em detrimento de José Augusto da Silva Ramos (PPS). "É um absurdo. Os dois candidatos sao de esquerda, por isso, nao cabe a discriminaçao".

Segundo o deputado, o PT obteve bons resultados no primeiro turno em várias cidades porque "rompeu com os guetos" e aceitou a diversidade. Ele disse ainda que o manifesto contraria a tendência esboçada pelo presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, de conversar com as demais forças de esquerda com vistas a uma aliança em 2002. "O que eles estao querendo? Um retrocesso?", disse.

Principal articulador do manifesto, o deputado Chico Alencar (PT-RJ) afirma que nao é nada disso. "Nossa preocupaçao é combater um pensamento autoritário que surgiu no segundo turno em muitas cidades", afirma. Ele citou como exemplos as campanhas do Recife, Fortaleza e Curitiba, onde os candidatos adversários apresentam o PT como uma ameaça à estabilidade política e social. O deputado carioca nao soube explicar se esse fantasma do autoritarismo também chegou a rondar os céus de Diadema. "Nao sei se o Zé Augusto faria isso. Afinal, ele já foi do PT".

Já o deputado federal José Genoíno (PT-SP) justificou a preferência por Filippi. "Está muito certo", disse. "O José Augusto, como todo mundo sabe, faz uma campanha baseada na arrogância". Genoíno disse que isso seria suficiente para tirar o candidado do PPS do rol dos democratas incluídos no manifesto.

De acordo com Chico Alencar, a preferência por um nome "nao significa necessariamente a satanizaçao de outro". "Até porque o documento é indicativo. E nessa indicaçao damos prioridade ao PT". Segundo ele, só o candidato do PPB à Prefeitura de Sao Paulo, Paulo Maluf, é unanimamente combatido".

Entre outros, o documento é assinado por Chico Buarque, Mario Lago, Milton Nascimento, Frei Betto, Cássia Kiss e Maitê Proença. Um dos objetivos do texto, segundo os organizadores, é combater o "terrorismo psicológico" na campanha pelo segundo turno. Chico Alencar descarta a possibilidade de shows com os artistas, mas disse que uma caravana vai percorrer várias cidades.




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