Política Titulo Improbidade
Servidores de S.Bernardo pedem votos a Dilma na hora do almoço por determinação de diretores

Funcionários de Finanças empunham bandeiras e distribuem santinhos

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
25/10/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Servidores públicos da Secretaria de Finanças de São Bernardo, comandada por Alexandre Sobreira Cialdini, e das diretorias de compras e almoxarifado foram instruídos a dedicar o horário de almoço ontem para fazer campanha para a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta reeleição.

Funcionários que preferiram anonimato garantiram que a mensagem teria partido da diretora de materiais e patrimônio, Edna Carvalho, que teria afirmado aos trabalhadores que a tarefa não era obrigatória, mas quem não cumprisse estaria sujeito a sofrer retaliações.

Trajados de roupas sociais, bem diferente das camisas informais com o logo da campanha que os cabos eleitorais costumam utilizar, os funcionários empunharam bandeiras com o nome da petista e distribuíram santinhos no semáforo da Avenida Senador Vergueiro, altura do número 2.140, no entroncamento da Avenida Kennedy, no Jardim do Mar. Alguns servidores, inclusive, se esqueceram de retirar o crachá funcional da Prefeitura. O local fica a poucos metros da sede da Secretaria de Finanças, situada na Avenida Kennedy, 1.058.

Entre os servidores presentes, alguns se mostravam visivelmente incomodados em cumprir a função, enquanto outros demonstravam empolgação em balançar as bandeiras e distribuir santinhos e adesivos com a imagem da presidente Dilma Rousseff.

Três dias após o primeiro turno, a primeira-dama e secretária de Planejamento e Orçamento Participativo, Nilza de Oliveira (PT), trocou mensagens por seu e-mail particular em que pressionava secretários do governo Luiz Marinho (PT) a colocar comissionados para pedirem votos a Dilma.

A prática é passível de ação de improbidade administrativo e pode gerar perda dos direitos políticos, de acordo com a presidente do Ipade (Instituto Paulista de Direito Eleitoral), Karina Kufa. “Não há irregularidade desde que a campanha não seja feita durante o expediente. Almoço, férias e fins de semana estão liberados. Essa prática deve ser por livre e espontânea vontade. Caso contrário, se configura abuso do poder político”, explicou. 




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