Setecidades Titulo Insegurança
Após ataques em Diadema,
passageiros ficam a pé

Itinerários foram alterados para que coletivos não passem
mais pela Avenida dos Signos onde houve dois incêndios

Por Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
31/10/2012 | 07:00
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O receio de novos ataques de vandalismo contra ônibus fez com que a Prefeitura de Diadema alterasse ontem o itinerário de duas linhas que passavam pela Avenida dos Signos, na Vila Conceição. Agora os coletivos que ligam o bairro aos terminais Piraporinha e Diadema passarão na Rua Emílio Ribas, distante um quilômetro do local onde dois veículos foram incendiados e um apedrejado no fim de semana, o que gerou reclamações dos moradores.

A Polícia Civil investiga se os atentados contra os coletivos foram retaliação à morte de dois criminosos após confronto armado com policiais militares na madrugada de sábado.

Segundo o Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC), representante dos motoristas e cobradores locais, a determinação partiu da empresa Benfica, que administra as linhas, após a garagem receber ligação com ameaça de novos ataques. Por conta disso, os ônibus deixaram de rodar às 22h de segunda-feira.

"Foi uma opção para não colocar em risco a população que utiliza o serviço e os próprios trabalhadores", disse o coordenador do sindicato no município, João Roberto da Silva. A Benfica não respondeu aos pedidos de entrevista do Diário. "Os trabalhadores cumprem ordens e vão trabalhar onde mandarem."

A decisão de mudar os itinerários e manter o horário habitual do serviço foi tomada após reuniões entre empresa, poder municipal e Polícia Militar. "Nos comprometemos a reforçar as operações naquela área e intensificar o patrulhamento nas ruas para evitar novos episódios do tipo", garantiu o comandante da corporação na cidade, coronel Reinaldo Zycham de Moraes.

INSATISFEITOS

Quem utiliza as linhas, porém, não gostou da mudança. "Quem paga sempre é o povo. Sobrou para nós, que fomos prejudicados por conta de alguns", disse Antônio Medeiros, 51 anos, sete deles no bairro, zelador de um prédio no Morumbi, Zona Oeste da Capital. Para chegar no trabalho, saía 4h de casa. "Agora, como tenho que andar, vou ter de acordar ainda mais cedo e correr risco na madrugada. Vai que acontece algo."

"Entendo o lado de quem sofreu algo, mas não pode prejudicar quem precisa do transporte para trabalhar. Ninguém tem carro aqui no bairro", disse o ajudante de cozinha Franklin Athaíde, 31, há cinco anos morador da Vila Conceição.




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