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Com sobrevida, Atila estende para dia 9 proposta da Sama à Sabesp

Prefeito de Mauá volta a atacar estatal e evita confirmar divisão na gestão do abastecimento

Por Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
29/09/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), ganhou, pela segunda vez, sobrevida da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e conseguiu estender até o dia 9 o prazo que teria para entregar plano de pagamento da dívida da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) com a estatal. A data limite era hoje.

Com discurso ácido contra a Sabesp, Atila voltou a atacar a companhia paulista pela decisão de reduzir temporariamente em 10% a vazão de água no município, acusando a estatal de monopolizar o sistema de abastecimento de água no Estado e de causar “transtorno à rede” municipal para “impor um acordo”.

O socialista novamente questionou o valor da tarifa cobrada pela empresa pela venda da água no atacado e acusou a Sabesp de descumprir, “de forma obscura”, suposto compromisso com a Sama ao reduzir o volume de água entregue à cidade – de 1.200 para, em média, 1.100 litros por segundo.

Atila evitou, no entanto, confirmar o plano, já estudado internamente pela Sama e pelo núcleo duro do Paço, de dividir a gestão do abastecimento de água no município com a Sabesp, como revelou o Diário na semana passada.

“O governo está estudando qual será a medida cabível, mas até que não esteja nada definido com a Sabesp, nós não vamos nos pronunciar. O que não pode é a Sabesp fazer propaganda de que tem o melhor sistema de abastecimento do País e fazer redução no abastecimento de forma contraditória, sem informar os órgãos responsáveis e deixando a população à mercê da falta de água”, criticou o prefeito.

O chefe do Executivo transferiu a responsabilidade pelo imbróglio entre Sama e Sabesp às gestões do PT na cidade. Apesar disso, o socialista banca as mesmas decisões adotadas por governos petistas no passado, como discordar do valor pago à Sabesp pela compra do metro cúbico da água – segue pagando, em média, 4% do valor total cobrado pela estatal. “Existe um processo de questionamento do valor da tarifa. A Sabesp cobra um valor e a Justiça nos permite pagar outro. Se hoje existe uma liminar (permitindo pagar menos pelo metro cúbico) nós vamos pagar o que essa decisão nos dá direito.”

Embora tenha evitado dar sinais sobre o futuro da Sama, Atila fez críticas ferrenhas à privatização do saneamento no município, sinalizando que não deve fazer o mesmo com a distribuição de água.

Atila acusou governos petistas de tirar o poder de investimento da Sama ao entregar o sistema de esgoto à iniciativa privada. A privatização da rede iniciou em 2003, durante o governo Oswaldo Dias (PT) – criou-se a Ecosama (Empresa Concessionária de Saneamento de Mauá) –, mas a venda da empresa para a Odebrecht Ambiental foi avalizada pelo Paço em 2008, na gestão Leonel Damo (hoje sem partido). No ano seguinte, a concessionária passou a se chamar Foz do Brasil e, em 2014, assumiu a marca Odebrecht. Neste ano, a firma foi comprada pela Brookfield e foi novamente rebatizada: BRK Ambiental. 




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