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São Bernardo é rota de bando que traficava mulheres

Polícia Federal desarticula quadrilha que enviava vítimas para países como Angola e Portugal

Por Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
25/10/2013 | 07:00
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Um hotel e uma casa noturna no bairro Demarchi, em São Bernardo, foram os alvos da PF (Polícia Federal) durante a Operação Garina, que foi deflagrada na manhã de ontem e desarticulou uma quadrilha acusada de tráfico internacional de mulheres.

Segundo informações da PF, outras cidades da Grande São Paulo, como Guarulhos e Cotia, além da própria Capital, também foram alvo da operação.

Foram cumpridos 16 mandados judiciais, sendo cinco de prisão e 11 de busca e apreensão. A maioria entre os detidos são empresários. Dois angolanos seguem foragidos e seus nomes já foram incluídos na lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

As investigações tiveram início há um ano. Os agentes descobriram uma casa em Moema, na Zona Sul da Capital, para onde eram levadas as brasileiras aliciadas pela quadrilha nas boates das cidades.

Da residência, elas eram obrigadas a embarcar para países como Angola, Portugal, Áustria e África do Sul, onde recebiam cerca de R$ 22 mil para prestarem serviços sexuais aos clientes por até uma semana.

O inquérito revelou que algumas modelos famosas e mulheres do meio artístico ganharam R$ 220 mil para se prostituir a um rico empresário brasileiro e um ex-político influente angolano,

A Polícia Federal descobriu que as mulheres que viajavam nas mãos do bando eram privadas de sua liberdade, impedidas de deixar o local onde estavam hospedadas e obrigadas a manter relações sexuais sem preservativo. Os criminosos ofereciam a essas vítimas um falso coquetel de drogas anti-Aids.

É estimado que a quadrilha tenha lucrado até R$ 99 milhões desde 2007, quando iniciou suas atividades no ramo. A Justiça Federal aceitou a denúncia dos indiciados por organização criminosa, tráfico internacional de pessoas, favorecimento e exploração da prostituição, estelionato, cárcere privado e perigo para a vida ou saúde de outrem. Eles podem pegar até 31 anos de prisão, se somadas as penas.

Cinco carros e três motos foram apreendidos pelos agentes, além de moedas estrangeiras e 20 passaportes. Segundo apurou a equipe do Diário, as investigações continuarão para encontrar outros acusados de envolvimento com a quadrilha. 




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