Jovem e idoso, judeu e muçulmano, habitante e visitante – é nos antagonismos que o diretor François Dupeyron se pendura para transmitir sua mensagem de tolerância em Uma Amizade sem Fronteiras. A tal relação transcrita no título reúne o pré-adolescente (Pierre Boulanger) que mora em um cortiço francês com o pai negligente e o turco dono da mercearia em frente (Omar Sharif). Dupeyron crê em interesses masculinos comuns (carros, prostitutas) que predominam sobre diferenças de credo e idade. A concepção de identidade coletiva dos varões, reforçada por um personagem imaginário, é válida; a conclusão, ao reproduzir modelos, já não é tanto assim.