Mais um patrimônio referencial de Ribeirão Pires agoniza: o casarão que abrigou, a partir de 1987, a Pizzaria Mansuetto, na Rua Boa Vista, 36, no Centro. A constatação foi feita pelo historiador local Arnaldo Boaventura Neto. O casarão dará espaço a um prédio comercial.
O casarão foi construído pelo comendador Mansuetto Cecchi no início da década de 1950. Entre as benfeitorias ostenta o brasão da família, esculpido em mármore italiano.
Boaventura tentou, na semana passada, contato com o prefeito em exercício, Edinaldo Menezes. Assessor municipal promete marcar uma reunião para tratar do assunto com o Instituto do Patrimônio do ABC.
Um pedreiro informou a Boaventura que a Prefeitura de Ribeirão Pires embargou a demolição. Um proprietário, que a princípio negou o início da demolição, comprometeu-se a ceder ao Patrimônio Público as peças consideradas de interesse histórico.

Notícias do Comendador
Pesquisa: Arnaldo Boaventura Neto

O comendador Mansuetto Cecchi era italiano e chegou a Ribeirão Pires quando da Segunda Guerra Mundial. À época, italianos, japoneses e alemães sofriam repressão no Brasil. Em Itanhaém, Mansuetto lidava com lenha e produção de adubos. Sua mulher, Albertina, era prefeita da cidade. Muito visado, resolveu refugiar-se em Ribeirão Pires.
Na cidade, a família loteia a Vila Albertina e constrói o casarão que agora periga de ser destruído. Coube a Antonio Gonçalves Damásio executar todo o revestimento em pedra do imóvel e os mourões que cercam a residência.
Outras obras foram realizadas por Mansuetto em Ribeirão Pires. A mais admirável é o Edifício 4º Centenário, inaugurado em 10 de julho de 1955 com 36 apartamentos e 16 lojas, construído em 11 meses e 10 dias.
Em sociedade com José Maria de Almeida, Mansuetto Cecchi construiu dois conjuntos de sobrados residenciais em Santo André, que levam o seu nome.
O comendador candidatou-se a prefeito de Ribeirão Pires em 1958. Perdeu por poucos votos de Francisco Arnoni, o segundo prefeito local.
Comendador Mansuetto Cecchi faleceu na década de 1970, na Itália, e não deixou filhos.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Sexta-feira, 18 de julho de 1980

Manchete - Governo da Bolívia é deposto por meio de levante militar.

Ribeirão Pires - Família Richers desmente intenção de lotear área da Companhia Pastoril, de 35 mil m², localizada no Centro.

São Caetano - Colhida batata de sete quilos num quintal da Alameda Cassaquera, em Vila Barcelona.

Editorial - Ideia de um Ceasa na região ainda prevalece.

Primeiro Plano (Eduardo Camargo) - Regularização do lobby, uma necessidade.

Futebol - Seleção de Novos da Segunda Divisão convoca seis jogadores do Grande ABC: Arnaldo, Bona, Mazzola, Rubens, Carlos e Tadeu.

EM 18 DE JULHO DE...

1870 - Francisco Gaschler nasce na cidade de Bohemia, na Áustria. Imigrante radicado no Núcleo Colonial de São Bernardo no fim do século 19.

1937 - Clássico do futebol local. Jogam em São Bernardo: veteranos da Vila contra os veteranos de Santo André.
São Bernardo: Ninão, Ferro e Plínio; Estevam, Pedro e Luchesi; Pasin, Tatão, Mesquita, André e Floriano.
Santo André: Nicola, Dante e Guerino; Xingo, Joaquim e Polez; Hugo (Balista), Rastelo, Peres, Caiuba e Zelindo.

HOJE

Dia Nacional do Trovador.

SANTOS DO DIA

Arnolfo, Estácio e Frederico de Utrecht (bispo holandês falecido no ano 838).
Na estampa, São Camilo de Lellis (Bucchianico, Província de Chieti, Reino de Nápoles, 1550 - Roma, 1614). Fundador da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos). Considerado o protetor dos enfermos e dos hospitais. Padroeiro da Paróquia de Camilópolis, em Santo André.

Trabalhadores
Nascem em 18 de julho:

1910 - José dos Santos. Natural de Portugal. Industriário da Rhodia. Residência: Avenida Guarará.
1916 - Maria Varoncella. Sócia nº 418 do Sindicato dos Químicos do ABC. Empacotadora da Atlantis. Residência: Rua Padre Manoel da Nóbrega, 511.
1922 - João Rozante. Natural de Socorro (SP). Servente de fabricação da Cibra. Residência: Rua Salvador de Sá, 130.
Fonte: 1º livro geral de registros dos associados do Sindicato dos Químicos do ABC.
Falecimentos

SANTO ANDRÉ
Deolinda Pissaia Rodrigues, 89 anos.
Nair Piassa Pilla, 88 anos.
Giacoma Fidati Strazzero, 88 anos.
Antenor Bertoni, 88 anos.
Severiano Xavier de Oliveira, 87 anos.
Palmira Armelim
Pedrotti, 87 anos.
SÃO BERNARDO
Anna Maria de Araújo, 86. Natural de Bocaina (SP). Cemitério dos Casa.
Francisco Gomes de Mello, 65. Natural de Diamantina (MG). Cemitério dos Casa.
Pedro Berto Costa, 61. Natural de Teixeira (PB). Cemitério dos Casa.
André Erdei Neto, 52. Natural de Santo André. Cemitério de Vila Assunção.

SÃO CAETANO
Cemitério da Cerâmica
Regina Brogliato, 94.
Antonio Soares Valentim, 57.
Antonio Eduardo Martins Salgado, 54.

ERNESTO DONINI
(Ibirá, SP, 20-3-1920 - Santo André 5-6-2010)

Ernesto Donini era um homem alegre. Gostava de festas, celebrações. Completara com Luiza Demarchi 69 anos de casamento. João Viola Filho, seu genro, casado há 48 anos com Maria Donini, a filha mais velha de Ernesto Donini, conta que nunca viu o sogro triste.
Ele também tinha um bom coração. Era honesto. Gostava de pagar tudo à vista para não ficar devendo prestações, afirma a filha Maria.
Ernesto e Luiza casaram no interior de São Paulo e ali se dedicavam a trabalhos na roça; ainda jovens, vieram para Santo André e aqui Ernesto conseguiu emprego na Rhodia Química. Aposentou-se na indústria, na Seção de Algodão.
Ernesto Donini partiu aos 90 anos. Deixa a mulher Luiza, também com 90 anos, as filhas Maria e Devanir, os genros João Viola Filho e Augusto de Souza, seis netos e sete bisnetos. Está sepultado no Cemitério do Curuçá.