Economia Titulo Entre janeiro e março
Faturamento das MPEs cai no trimestre
Gabriel Russini
Especial para o Diário
12/07/2017 | 07:27
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Apesar do desempenho positivo dos meses de fevereiro e março, o faturamento dos micro e pequenos empreendimentos do Grande ABC continua caindo. Entre janeiro e março deste ano, esses estabelecimentos registraram R$ 5,6 bilhões em caixa, valor 10% (já descontada a inflação) menor do que o verificado no primeiro trimestre de 2016 – quando as vendas acumularam R$ 6,3 bilhões, diferença de cerca de R$ 630 milhões. É o que aponta levantamento realizado pelo Sebrae-SP.

Na avaliação do consultor da entidade Pedro Gonçalves, o desempenho do primeiro trimestre de 2017 está atrelado diretamente ao mau resultado do segundo semestre do ano passado. “O tombo foi muito grande, tanto que as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC faturaram 16,8% menos do que no semestre anterior”. Fatores como o aumento do desemprego e a estrutura produtiva da região, que é predominantemente composta por indústrias, além do freio no consumo das pessoas, foram elencados como justificativas pelo especialista.

Em contrapartida, março registrou alta de 9,7% no faturamento ante fevereiro, o segundo mês de aumento consecutivo. “Em razão do efeito calendário, março acabou vendendo mais por ter tido mais cinco dias úteis adicionais”, diz.

Porém, na comparação interanual (março de 2016 contra março de 2017), o resultado voltou a decepcionar: caiu 5,9% e passou de R$ 2,2 bilhões para R$ 2 bilhões. Segundo Gonçalves, a recuperação das receitas das MPEs será “modesta” para este ano, isso se o cenário político não passar por mais turbulências como a enfrentada pelo governo em maio. No dia 17, vazou à imprensa a delação de um dos donos da JBS, Joesley Batista, na qual o presidente Michel Temer (PMDB) é denunciado por dar o aval pela compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso em Curitiba (Paraná). “Um cenário de incerteza sempre é ruim”, comenta Gonçalves.

Para o decorrer deste ano, de acordo com o Sebrae-SP, 50% do empresariado espera estabilidade na renda, 48%, manutenção, 29%, aumento do nível de atividade econômica e 37%, melhora nas receitas. 




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