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Famílias recebem chaves de moradias

Em Mauá, expectativa dos contemplados era de mudar hoje, porém, ainda falta o contrato

Vanessa de Oliveira
26/06/2017 | 07:00
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 A ansiedade era sentimento presente em cada uma das 520 famílias que, ontem, receberam as chaves de seus apartamentos no Condomínio Altos de Mauá, no Jardim Feital, entregues três anos após o prometido. “Venho trazer minhas coisas até de carroça se falarem que dá para mudar hoje (ontem)”, disse a aposentada Mirian Maria da Silva Timóteo, 50 anos, cadeirante que sempre viveu com os filhos em barracos e, com a casa nova, poderá ter mais qualidade de vida.

Porém, ela e as demais famílias deverão esperar, ao menos, mais duas semanas para, enfim, se apossarem do novo lar, segundo recomendação do vereador Severino do MSTU (Pros), também presidente do MSTU (Movimento dos Sem-Terra Urbano), que é responsável pela obra e pela escolha dos moradores beneficiados. “Não aconselho que ninguém mude, porque a Caixa Econômica Federal não fez a documentação deles ainda. Em um prazo de 15 a 20 dias, com certeza todo mundo já tem o contrato oficial”, falou. De acordo com o prefeito Atila Jacomussi (PSB), a ocupação dos apartamentos se dará com a instalação de 20 famílias por bloco por dia, “para que não tenha impacto urbanístico na região”.

Qualquer dia a mais de espera se torna uma aflição para quem já enfrentou tantas dificuldades na falta da casa própria. Dos 42 anos vividos por Mirian e os cinco filhos no Jardim Oratório, 12 foram de perdas materiais em enchentes, até a interdição da casa pela Defesa Civil e a ida para o auxílio-aluguel, no valor de R$ 350 mensais. As precárias condições das casas em que conseguia se instalar com o dinheiro a fizeram mudar 18 vezes. “Em uma o mofo me fazia mal, em outra (casa) tinha goteira e teve até lugar em que o teto caiu. Agora terei o meu apartamento”, falou, orgulhosa. A casa será compartilhada com três filhos.

A empregada doméstica aposentada Rita de Cássia Freitas Silva, 57, que morará sozinha, perdeu as contas de quantas vezes mudou de casa para tentar um aluguel mais barato. Nesse tempo, sofreu cinco infartos e está há seis meses na fila para transplante de coração. “A doença nunca me abateu, pois a certeza de que ia conseguir ter minha casa sempre foi muito mais forte”, disse, com lágrimas.

Outros 320 apartamentos faltam ser entregues, devido a retoques finais e espera da ligação de energia por parte da Eletropaulo. “A gente acha que em 60 dias conclui, mas vai ser criado um esforço para ver se conseguimos antecipar”, salientou o diretor-geral da construtora Augusto Coelho Engenharia, Rafael Luís Coelho.




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