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Câmara de S.Bernardo empareda Cronacon

Casa assina termo de inidoneidade da construtora que ergueu prédio legislativo por falhas estruturais

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/01/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A Câmara de São Bernardo declarou como empresa inidônea a Construtora Cronacon, responsável pela construção do prédio legislativo e que também participava do projeto do Museu do Trabalho e do Trabalhador. A Casa reclama do serviço executado, informando que, apesar de recente inauguração, a estrutura apresenta rachaduras, infiltrações e trechos inacabados. Para retirar o rótulo, que faz com que a companhia fique impedida de concorrer a contratos públicos, o Parlamento exige reparos sem contrapartida financeira municipal.

O prédio legislativo foi idealizado pelo vereador licenciado Hiroyuki Minami (PSDB), hoje secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura. Apesar da polêmica, o tucano bancou a obra, que demandou R$ 34,1 milhões dos cofres da Casa. A abertura oficial ocorreu no fim de 2012, às vésperas do fim do mandato de Minami na presidência da Câmara. Mas os problemas só começaram.

As primeiras sessões de 2013 tiveram de ser feitas na sede da Associação dos Funcionários Públicos, no Centro porque, além de serviços por fazer, o prédio não possuía AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e documentos autorizatórios expedidos pela Prefeitura. Dentre as falhas estava a inutilização de um elevador e problemas em encanamento e fiação elétrica, erros que persistem até hoje.

A declaração de inidoneidade da Cronacon foi assinado por José Luís Ferrarezi (PT), presidente do Legislativo até o dia 31 de dezembro. O Diário apurou que o petista buscou por uma dúzia de vezes contato com representantes da empresa a fim de obter acordo com a empreiteira sem que houvesse medida administrativa mais drástica. Porém, não houve retorno.

Novo presidente da Câmara, Pery Cartola (PSDB), enfim, conseguiu conversar com os proprietários da Cronacon depois que a empresa foi notificada da decisão anterior da Casa. O tucano exigiu que os reparos fossem feitos para reconsiderar a decisão interna. “Se não fizessem eu aplicaria a inidoneidade porque foi um serviço contestado. Há rachaduras, vazamento, problemas no elevador. Tudo isso num prédio com pouco tempo de uso (apenas três anos aberto).”

MUSEU

A Cronacon foi alvo da Operação Hefesta, da PF (Polícia Federal), que apura indícios de desvios de recursos na construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador. A empresa foi subcontratada pela Construções e Incorporações CEI, empreiteira que venceu a licitação para erguer o equipamento que contaria a história fabril de São Bernardo, com destaque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), padrinho político do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), patrocinador do projeto. Desde a operação da PF a obra está embargada.




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