Se depender do primeiro jogo, a temporada da Seleção Brasileira será ainda mais sofrível do que a de 2011. Apático, sem vibração e desorganizado, o time de Mano Menezes encontrou resistência na Bósnia, que chegou a dominar o jogo. No fim, o zagueiro Papac marcou contra e decretou a vitória do Brasil por 2 a 1, ontem, na AGF Arena, em St. Gallen, na Suíça.

Os primeiros movimentos encheram o brasileiro de esperança. Envolvente, o time demorou quatro minutos para furar a marcação e abrir o placar. Daniel Alves rolou para Marcelo chutar cruzado e vencer o goleiro Begovic.

O que veio na sequência, porém, desanimou. Apático, Ronaldinho Gaúcho foi presa fácil para a marcação. Nem a defesa, um dos pontos altos da era Mano Menezes, funcionou. O empate, aos 13, saiu em falhas individuais de David Luiz e Júlio César. Displicente, o zagueiro errou passe e depois hesitou na marcação permitindo que Ibisevic avançasse e chutasse fraco, mas o suficiente para enganar o goleiro Júlio César, que tentou adivinhar o canto.

Os raros lances de perigo criados pelo Brasil aconteceram mais em lampejos individuais do que por organização tática. Aos 19, por exemplo, Fernandinho lançou Leandro Damião, que chutou cruzado, mas Begovic defendeu. No rebote, Hernanes quase marcou, mas foi travado por Spahic. O ex-meia do São Paulo perdeu outra oportunidade aos 27, outra vez travado pela defesa.

As duas últimas chances do primeiro tempo foram da Bósnia. Na melhor delas, aos 35, Dzeko passou por David Luiz e rolou para Misimovic, de frente para o gol, chutar por cima.

No segundo tempo, Mano fez de tudo para corrigir a apatia. Primeiro trocou Sandro por Elias e depois Ronaldinho Gaúcho por Ganso. Mas a Bósnia seguiu melhor. Aos 12, Pjanic errou chute e a bola sobrou para Misimovic, que mandou à esquerda do gol.

A partir dos 20, o Brasil passou a ter o controle da bola, mas não conseguia furar o bloqueio da Bósnia. Aos 21, Hernanes, de cabeça, chegou perto, mas errou o alvo. Com apenas dez minutos em campo, Lucas quase marcou. Aos 43, ele tirou quatro marcadores do lance, mas chutou fora.

Se os brasileiros não acertavam o gol, o zagueiro bósnio Papac resolveu tudo. Aos 45, ele tentou cortar cruzamento de Hulk e mandou contra a própria rede, decretando a enganosa vitória brasileira.

Neymar admite jogo ruim e diz que time ainda busca forma ideal

Já foram 21 jogos do Brasil sob o comando do técnico Mano Menezes - 13 vitórias, cinco empates e três derrotas - e os jogadores assumem que o time ainda não encontrou a melhor forma de atuar. Apagado, Neymar avaliou a magra vitória diante da Bósnia.

"A gente está fazendo de tudo para achar a forma ideal de jogar, como todo brasileiro gosta, que é dando show. Não foi o que a gente fez hoje (ontem), mas o mais importante foi a vitória", analisou o craque do Santos, que assumiu a fraca atuação. "Sei que posso dar mais, não foi o jogo brilhante que queria fazer, mas foi uma atuação que ajudou a Seleção Brasileira a vencer."

Protagonistas do gol da Bósnia, nem o zagueiro David Luiz nem o goleiro Júlio César deram entrevistas.

Clássicos europeus marcam rodada com 34 amistosos

A quarta-feira terá 34 amistosos espalhados por todos os cantos do planeta. Aproveitando a data separada pela Fifa no calendário, as principais seleções agendaram compromissos, alguns importantes e que servem de parâmetro para a Eurocopa, como o clássico entre Inglaterra e Holanda, às 16h45 (de Brasília), em Wembley. No mesmo horário, a Alemanha recebe a França, em Bremen.

Outra potência europeia que estará em campo hoje é a Espanha, atual campeã mundial. A Fúria receberá a Venezuela, às 17h30, na cidade de Málaga, em partida que vai marcar a reutilização do uniforme azul, aposentado pelos espanhóis desde a década de 1960.

A Argentina, que só volta a jogar pelas eliminatórias da Copa do Mundo no dia 2 de junho, contra o Equador, em Buenos Aires, também estará em campo. Mais uma vez comandados pelo atacante Lionel Messi, os hermanos desafiarão o poderio defensivo da Suíça, às 16h30, no Estádio Wankdorf, na cidade de Berna.