Para a maioria dos economistas de Wall Street, sao pequenas, porém, as chances de isso acontecer na reuniao de dois dias da Comissao Federal do Mercado Aberto, o Copom dos EUA, que começa terça-feira. Embora a taxa de inflaçao norte-americana dos últimos 12 meses tenha ficado um pouco acima (2,4%, no final de maio, excluídos preços voláteis de alimentos e gasolina) do nível que as autoridades do Fed prefeririam (até 2%), a expectativa do mercado é que as autoridades monetárias deixem os juros nos 6,5% anunciados em sua última reuniao, em 16 de maio, quando abandonaram a abordagem gradualista que vinham seguindo e puxaram a taxa em 0,5%.
"Creio que o Fed esperará para ver o efeito do que já fez", disse David Wyss, economista-chefe da Standard & Poor's, referindo-se aos sinais de desaceleraçao já visíveis em setores da economia sensíveis à taxa de juros, como habitaçao e bens de consumo duráveis.
O aperto da política monetária do Fed no decorrer do último ano começou a fazer efeito, segundo os analistas, mas a dúvida é se o Fed fez o suficiente para induzir a economia a transitar suavemente das altíssimas taxas de crescimento de mais de 6% ao ano, com as pressoes inflacionárias que isso gera numa economia que opera há mais de dois anos em situaçao de pleno emprego, para um patamar mais sustentável de 3,5% a 4%.
Segundo os analistas do G7Group, uma firma de consultoria econômica com sedes em Washington e Nova York, que tem como guru Alan Blinder, um ex-vice-presidente do Fed, "(o presidente do Fed, Alan) Greenspan nao está convencido de que há uma desaceleraçao em curso e preocupa-se com a possibilidade de fatores sasonais estarem distorcendo os indicadores". O G7Group notou que, no passado, os dados do segundo trimestre do ano já deram falsos sinais de desaceleraçao.
Por essa razao, os economistas esperam que o Fed, embora sem mexer nos juros, manterá o atual viés de alta na reuniao desta semana, para sinalizar sua determinaçao de agir para coibir a propensao de alta da inflaçao que a economia continua a exibir. Tal análise, contaminada com a forte subida da gasolina este mês, e que deve continuar em julho, aumentam as chances de o Fed reativar a estratégia de aperto do juros em sua reuniao de agosto. Tal decisao complicaria novas reduçoes da Selic.
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