Depois de brutamontes de coração mole em comédias românticas, heróis épicos e bandidos bem-humorados, o galã escocês Gerard Butler encarna pela primeira vez um vilão casca-grossa em "Código de Conduta", que estreia na região e em São Paulo. A direção é de F. Gary Gray (de "Um Golpe de Mestre").

A ação tem como principal eixo o embate entre Butler e Jamie Foxx, que interpreta o promotor público Nick Rice. Clyde Shelton, personagem do escocês, não é um psicopata sem passado, como apresenta a maioria dos filmes do gênero. Anos antes de colocar em prática o seu plano de vingança, Shelton era um pacato pai de família que testemunha os assassinatos da mulher e da filha durante um assalto em sua casa. Os bandidos são presos, mas o promotor negocia com um dos acusados: oferece o abrandamento da pena em troca de que ele testemunhe contra seu comparsa, que acaba condenado à pena de morte.

Dez anos após o acordo, o bandido é encontrado morto. Shelton confessa sua culpa e é preso. Mas é dentro da cadeia que o homem mostra ter se tornado uma máquina destruidora. Mesmo atrás das grades, dá início ao seu plano, que tem como principal objetivo denunciar o sistema judicial da Filadélfia que colocou um dos assassinos de sua família de volta às ruas.

Por meio de um mecanismo que lembra as negociações entre os líderes do PCC e cúmplices do lado de fora, exibidas no longa "Salve Geral", ele passa a ordenar as mortes de todos os envolvidos no acordo e, para desespero de Nick Rice, até de pessoas próximas sem qualquer ligação com o caso. A ideia é neutralizar o poder de ação de Shelton antes que seus homens cheguem a sua família.