A Prefeitura de São Bernardo reduzirá em R$ 45 milhões o valor repassado à FUABC (Fundação do ABC) anualmente. A informação foi divulgada ontem, durante a assinatura de contrato para a prestação de serviços no setor de Saúde do município por mais cinco anos.

Mesmo com a redução, segundo secretário de Saúde do município, Arthur Chioro, é possível que a Fundação forneça novos serviços. O PID (Plano de Internação Domiciliar) é um dos exemplos.

A administração atual pagará R$ 239 milhões, contra R$ 284 milhões da gestão passada. A expectativa de que receberá quase R$ 1,2 bilhão nos próximos anos tranquilizou a FUABC. "Passamos momentos difíceis, de muito medo, mas estabelecemos um respeito mútuo com a Prefeitura", disse Marco Antonio Espósito, presidente da entidade.

O medo a que se refere Espósito está relacionado a informações de que o atual prefeito Luiz Marinho (PT) romperia a parceria com a Fundação, assim que assumisse. Em público, o prefeito afirma que queria apenas rever os contratos estipulados com a entidade. "Na época, falei para ele (Espósito) que o calor da eleição passaria e as coisas seriam feitas de forma adequada."

Na prática, o novo acordo com a FUABC dá total controle à administração municipal sobre os serviços prestados. Estipulação de metas, prazos e gerenciamento ficam nas mãos da gestão petista, que deverá fiscalizar o cumprimento de tudo o que entrou em contrato.

O responsável pela Saúde em São Bernardo disse ainda que o fato de haver desconfiança em relação aos convênios firmados na gestão passada não tira o crédito da Fundação agora. "Se fosse possível, faríamos contrato por 20 anos. Seria um retrocesso se não a tivéssemos do nosso lado", afirmou Chioro.