Lideranças regionais do PMDB condenaram a ação de impugnação impetrada pela campanha do candidato peemedebista a governador do Estado, Paulo Skaf, contra a divulgação do levantamento de intenções de voto realizada pelo DGABC Pesquisas, encomendado pelo Diário. A coligação do presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) entrou na Justiça Eleitoral para barrar o estudo feito sobre as disputas ao governos estadual e ao Senado.

Peemedebistas de peso do Grande ABC discordaram do pedido firmado pela coligação São Paulo Quer o Melhor, encabeçada por Skaf. Coordenadora do PMDB na região, a deputada estadual Vanessa Damo não foi sequer consultada sobre o requerimento do candidato. Segundo a parlamentar, a postura “foi equivocada”. “Não concordo. Vou entrar em contato (com a coordenação) para falar da importância de pesquisas como essa. Até para que a gente possa saber o pensamento do eleitor daqui. Se tivesse sido consultada, orientaria a apoiar a sondagem e acompanhar outras tantas”, declarou.

Integrante do diretório estadual da sigla e presidente da executiva de Santo André, Nilson Bonome sustentou que a atitude de Skaf “foi antidemocrática”. “Ele não deveria ter feito o pedido. Particularmente eu não faria (ação), porque a vontade da população tem de ser respeitada. Neste momento, essa resposta (índice de voto) seria explicitada por meio da pesquisa”, disse, completando que o pleiteante ao Palácio dos Bandeirantes tem afrontado o PMDB. Skaf evita palanque com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), contrariando desejo de Michel Temer (PMDB), vice da petista.

Outra liderança da cúpula estadual e ex-secretário de Planejamento de São Caetano, Jarbas Zuri afirmou que o posicionamento da coligação foi encarada “com surpresa” pelos militantes. “Não compactuo com qualquer iniciativa que atinge a liberdade de imprensa.”

Para a coligação, a realização da pesquisa nas sete cidades “favoreceria” o postulante petista ao governo do Estado, Alexandre Padilha, porque, de acordo com o peemedebista, na região “tradicionalmente são fortemente votados os candidatos do PT”.

Vice-prefeito de São Bernardo, Frank Aguiar (PMDB) seguiu a linha adotada pelo correligionário e argumentou que não acredita em favorecimento a nomes do PT. “De repente ele (Skaf) poderia estar até bem. Sou favorável a agir em prol da democracia”, sustentou, reiterando ter estranhado a notícia sobre o pedido de impugnação. “A minha luta sempre foi pela liberdade de expressão, inclusive pesquisas”.

Vereadora de Mauá, Sandra Regina Vieira (PMDB) divergiu de que a região seja habitada em sua maioria por petistas. “Lógico que o PT tem muitos votos aqui (no Grande ABC), entretanto não acho que só por esse motivo favoreceria o Padilha”, justificou.

O Diário está recorrendo da liminar obtida pela coligação de Skaf junto ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).