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Roubo e furto de veículos explodem no Grande ABC

Região responde por 51% de ocorrências criminais do tipo na Grande São Paulo, segundo SSP

Rafael Ribeiro
26/10/2013 | 07:00
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Quase três veículos foram roubados ou furtados por hora, em média, no Grande ABC de janeiro a setembro. O dado torna a região responsável por 51,3% dos registros desta prática criminal nas delegacias do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), que não incluem a Capital.

O crescimento do número de roubos e furtos de veículos nas sete cidades foi confirmado ontem pelas estatísticas criminais referentes a setembro, divulgadas pela SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Os dados apontam que o aumento dos casos do tipo nos três primeiros trimestres deste ano foi 19,7% maior que o mesmo período em 2012.

Considerando o comparativo entre setembro deste ano e o mesmo mês de 2012, o aumento também é considerável, de 29,4%.

Nenhuma outra região apresentou elevação tão acentuada quanto o Grande ABC. Apesar de crescimento registrado em todo o Estado, a média das sete cidades é superior à da Capital, por exemplo.

Ações pontuais

A PM (Polícia Militar) está ciente do problema, segundo o seu comandante interino na região, tenente-coronel José Belantoni Filho. “Fazemos estudos dos dias e períodos de maior incidência desses crimes para direcionar as operações de forma inteligente”, disse.

O serviço de inteligência da corporação identificou que o aumento de ocorrências tem ligação direta, principalmente, com desmanches clandestinos que revendem as peças no mercado ilegal.

A novidade fica quanto aos autores desses crimes. A PM verificou através dos registros do Infocrim (Sistema de Informações Criminais) que a maioria dos criminosos utiliza motos nas ações, para facilitar na abordagem e fuga.

Em ocorrências atendidas nos últimos meses, a PM identificou que uma moto furtada ou roubada era alugada ou revendida por valores entre R$ 70 e R$ 250 para suspeitos da região, a maioria deles menores de idade, para que fossem usadas em outros crimes.

Por conta disso, a corporação implementou na região a Operação Força Total, que visa a abordagem e fiscalização de motoqueiros.

Na última ação do tipo deflagrada, na noite de quinta-feira, segundo dados da PM, foram montados 15 bloqueios em pontos estratégicos das sete cidades.

No total, 299 pessoas foram abordadas, gerando 31 autos de infração de trânsito e 16 motos recolhidas e conduzidas ao pátio por apresentarem irregularidades.

“Vamos fazer novas operações para se chegar ao maior número possível destes veículos irregulares e assim tentar diminuir de vez as estatísticas”, esclareceu Belantoni.

Homicídios também têm aumento

Além dos casos de roubos e furtos de veículos, o número de vítimas de assassinatos no Grande ABC também apresentou crescimento nos nove primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período em 2012, segundo as estatísticas.

Até aqui no ano, 218 pessoas perderam a vida em casos de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. O número é 12,9% maior que em 2012. A tendência de aumento na região segue na contramão do restante do Estado.

Desde que o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou como prioridade às polícias o combate aos chamados crimes contra a vida, os índices gerais paulistas apresentaram quedas, assim como na Capital e regiões do Interior.

Os números do Grande ABC são os responsáveis indiretamente por impulsionar os índices da Grande São Paulo, que também apresentou crescimento.

Um em quatro assassinatos ocorridos nas áreas de delegacias sob responsabilidade do Demacro, aconteceu na região.

O número também é refletido na análise individual das cidades. Somente três das sete tiveram queda nos índices se comparados os mesmos períodos neste ano e no anterior: São Bernardo, São Caetano e Mauá.

Entre as quatro restantes, alguns números preocupam. Após quedas constantes de homicídios nos últimos anos, Diadema viu 19 pessoas a mais morrerem neste ano. Santo André, dez, e Ribeirão Pires, cinco.




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