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O país em que o descanso cansa

De São Paulo a Atibaia, pouco menos de 60 quilômetros, quase cinco horas de estrada. E este é o menor

Carlos Brickmann
24/04/2011 | 00:00
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De São Paulo a Atibaia, pouco menos de 60 quilômetros, quase cinco horas de estrada. E este é o menor problema. O problema maior é a segurança das estradas. Esta coluna buscou no UOL, um dos mais importantes portais noticiosos do país, algumas notícias ocorridas em poucas horas do feriadão: acidente com van mata um e fere dez em Minas, colisão entre microônibus e carro mata três no Maranhão, caminhão atropela e mata ciclista em Minas, acidente mata três e fere 45 no Litoral paulista, ônibus tomba e fere dois na Rio-Santos. Descanso mata.

As estradas estão superlotadas, sem dúvida. O transporte ferroviário, tão popular na Europa, no Brasil quase não existe; as cargas, como os passageiros, viajam sobre pneus. Simplesmente ampliar algumas rodovias é caro e talvez não seja eficiente: o país precisa de um estudo logístico, que identifique onde construir e ampliar rodovias, onde colocar trilhos, onde o avião é melhor. Mas preparar um projeto desses é problemático: dificulta os favores políticos e reduz preções. A população que quiser descansar fora que corra o risco - problema dela.

Este colunista citou Atibaia, para onde viajou. Nos postos de combustível, venda livre de bebidas alcoólicas (aquelas que não podem ser vendidas em estradas, lembra?) Meninas simpáticas, aparentemente muito jovens, saíam dos postos com fardos de cerveja. Talvez tivessem 18 anos, mas não os aparentavam. Talvez tivessem documentos de identidade, mas não tiveram de apresentá-los.

E os Governos? Para os governantes, povo é apenas um detalhe incômodo.

Bomba na praça

Um figurão, de forte presença nos jornais, que vive há muitos anos com uma senhora, engravidou outra e lhe fez juras de amor eterno. O fato se tornou conhecido. Ele prometeu à grávida que vai se separar e ficar com ela. E garantiu à atual que reconhecerá o filho mas não ficará com a mãe. A mistura é explosiva.

Essa bomba, não!

O PCdoB quer lançar o pagodeiro e vereador Netinho, primeiro-secretário da Câmara paulistana, a prefeito de São Paulo. Quem é o candidato: Netinho agrediu a esposa Sandra Mendes de Figueiredo e chegou a ser impedido pela Justiça de voltar à casa onde moravam. Netinho disse que não tinha batido na mulher, apenas ameaçado fazê-lo; e que ela, ao tentar fugir, acabou batendo numa porta e ficando com hematomas nos dois olhos. Depois, agrediu a socos o Repórter Vesgo, do Pânico na TV, e a Justiça determinou que lhe pagasse indenização de R$ 44 mil. O PCdoB não teria candidato menos agressivo?

A Big Mac do deputado

Ao defender a criação de cooperativas de apreciadores para plantar a própria maconha, o deputado federal petista Paulo Teixeira, SP, exerceu o direito de manifestar sua opinião. Difícil é entender por que, ao dizer que o Governo não devia proibir a maconha, sustentou a tese de que deveria proibir o sanduíche Big Mac, a seu ver mais nocivo à saúde. Estará querendo trocar o Big Mac pela McOnha?

O perigo

Agora só falta algum radical exigir a mudança do nome do criador do conglomerado, Ray Krok, para Ray Krak.

Maluca mesmo...

Curiosíssimo o caso da promotora Débora Guerner, uma das acusadas no episódio do Mensalão do DEM, de Brasília: ela foi presa por simular problemas mentais (já tirou a roupa diante de policiais, já tentou agredir fotógrafos, já se comportou agressivamente numa sessão do Conselho Nacional do Ministério Público). Segundo a acusação, ela tomou aulas com um psiquiatra que a ensinou a fingir-se de louca. Aí entra a loucura: parece que ela gravou em vídeo as aulas e o vídeo estava no cofre enterrado em seu jardim, junto com um bom dinheiro.

...mas não inédita

No tempo em que Serra tinha cabelo e Mauro Beting não tinha, certo jornalista vivia com suas duas famílias. Nada de esposa e amante: ambas eram esposas, com filhos, cachorros, periquito, tudo normal. Um dia, por falha de um telefonista, a primeira ficou sabendo da segunda, conseguiu o endereço e apareceu por lá de manhã cedo. Encontrou o marido de pijama e a segunda de roupão, bobes nos cabelos, passando um café. O marido reagiu rápido: gritando muito, puxou a toalha da mesa, jogou tudo ao chão, atirou copos à parede, quebrou o rádio. Saiu de pijama, tomou um táxi e foi para a clínica de um amigo. O amigo o internou, em repouso absoluto. Depois, proibiu para sempre qualquer menção ao caso, para evitar outro colapso. O jornalista voltou à vida normal. Com as duas famílias.

Promessas, promessas

O deputado tucano Roberto Massafera prometeu que o governador Alckmin construirá uma Fatec em São Carlos, SP, promessa não cumprida por seu antecessor, José Serra. São Carlos está em seu terceiro governo petista (Oswaldo Barba, que sucede Newton Lima). Um dia, esperam, a Fatec acaba chegando.

Melhor calar

Do ministro da Fazenda, Guido Mantega: "A inflação está sob controle".

E, o que é preocupante, sob controle dele.




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