Internacional Titulo
EUA: governo iraquiano levará seis meses para ser instalado
Por Da AFP
06/04/2003 | 16:50
Compartilhar notícia


Instalar um governo interino iraquiano poderá levar mais de seis meses, anunciou neste domingo o subsecretário de Defesa dos Estados Unidos, Paul Wolfowitz, sem deixar explícito a forma que tomará um "governo legítimo" no Iraque.

Este espinhoso detalhe da era "pós Saddam Hussein" será tratado nas reuniões de segunda e terça-feira em Belfast (Irlanda do Norte) pelo presidente George W. Bush e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

Londres não esconde o desejo de que as Nações Unidas desempenhem um papel importante na instalação de uma nova autoridade, enquanto Washington pretende confiar o poder, numa primeira etapa, a um general de reserva americano: Jay Garner, segundo informações da conselheira de segurança nacional de Bush, Condoleezza Rice.

Garner, chefia a Oficina para a Reconstrução e a Ajuda Humanitária ao Iraque depois da guerra, ligada ao Pentágono.

A Casa Branca deseja que, depois de Garner, seja instalada uma administração civil provisória dirigida pelos iraquianos "até que se estabeleça um governo permanente pelo povo iraquiano", acrescentou Rice nesta sexta-feira, ao precisar que o papel das Nações Unidas "não é o que está em discussão por enquanto".

No domingo, Wolfowitz forneceu outros detalhes sobre o tempo que poderia levar a instalação de um novo governo no Iraque. "Seis meses, foi o tempo que levou no norte do Iraque. Aqui é mais complicado. Levará mais tempo que isso", declarou Wolfowitz à rede Fox de televisão, ao mencionar a gestão pelos curdos da região desde 1991.

Segundo o funcionário "é preciso uma administração que seja eficaz desde o primeiro dia. As pessoas necessitam de alimento, água, medicamentos, e os hospitais têm que funcionar. Isso será responsabilidade da coalizão", destacou.

"Tivemos uma experiência no norte do Iraque, onde as forças de Saddam Hussein foram expulsas dessa parte do país no princípio de abril de 1991 pela coalizão de forças que incluía Estados Unidos, Grã-Bretanha e vários outros países europeus".

"Essa força saiu, creio, no dia 1 de setembro de 1991, e o povo esteve dirigindo seus próprios assuntos com sucesso razoável", argumentou Wolfowitz. No entanto, o número dois do Pentágono não descartou uma presença prolongada no Iraque, comparável à estabelecida na Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial.

Para o Pentágono, no entanto, a batalha por Bagdá ainda não está definida. O governo iraquiano ainda controla uma grande parte de Bagdá, reconheceu o subsecretário da Defesa à rede de TV Fox.

No entanto, ele elogiou os avanços feitos pelas tropas dos Estados Unidos até agora, a "apenas duas semanas de guerra".




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;