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Crédito habitacional cresce 50% no Grande ABC
Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
27/11/2005 | 07:56
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O volume de recursos destinados ao financiamento imobiliário no Grande ABC deu um salto neste ano. Somente a Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de 90% das operações de crédito habitacional, destinou para a região, até outubro, 50% mais do que em todo o ano passado. Foram R$ 120 milhões no acumulado do ano ante R$ 80 milhões durante todo 2004.

E a expectativa é de que os financiamentos ganhem mais fôlego a partir de segunda-feira, quando a Caixa volta a conceder empréstimos pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação), com recursos da poupança, depois de 13 anos sem operar a modalidade.

Para o Grande ABC, a previsão é liberar R$ 60 milhões até dezembro de 2006 somente nesse tipo de crédito – no Brasil, serão R$ 2 bilhões. Até então, a Caixa emprestava apenas com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Se comparado com o Grande ABC, o incremento do volume de financiamentos imobiliários até outubro ante 2004 foi proporcionalmente menor no país. Foram R$ 5,9 bilhões até outubro ante R$ 5,8 bilhões em 2004 – aumento de 1,72%. Já os bancos privados apresentaram maior variação do que a Caixa, de acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

Juntos, financiaram até o mês passado R$ 3,6 bilhões – 17,64% mais do que o total de 2004. Se comparado com o mesmo período de 2004, o incremento foi de 60,2%.

De acordo com o gerente de mercado da instituição no Grande ABC, Marcelo Damião de Paula, o volume dos recursos da Caixa aumentou em razão da política habitacional do governo. “Neste ano, o governo decidiu liberar mais recursos da habitação e, portanto, a demanda reprimida está sendo atendida.” De acordo com o gerente, no ano passado, faltaram recursos para crédito imobiliário na instituição.

Já nos bancos privados, o motivo do incremento foi uma medida de incentivo criada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para bancos que emprestam pelo SFH. Foram introduzidas vantagens para as instituições financeiras que concedessem crédito imobiliário a taxas menores.

A medida resultou em uma disputa acirrada dos bancos pelos interessados em crédito imobiliário. Nos últimos meses, Unibanco e Itaú reduziram a taxa de juro de 12% para 8% nos três primeiros anos do financiamento para imóveis de até R$ 100 mil. Já o Real derrubou a taxa de 12% para 9% durante todo o período de contrato para imóveis com valor inferior a R$ 120 mil.

Construção – Além de facilitar para o consumidor, a maior disponibilidade de recursos para financiamento habitacional impulsiona um dos principais setores da economia: a construção civil. De acordo com o vice-presidente da Acigabc (Associação das Construtoras, Incorporadoras e Administradoras do Grande ABC), Armando Luporini, o crédito foi o principal responsável pelo aumento de 4,76% nas vendas de imóveis novos na região. “O mercado não existe sem financiamento de longo prazo. Esperamos que essa situação positiva do mercado não seja momentânea.”

Para a diretora regional do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Rosana Carnevalli, o aumento dos financiamentos favorece o setor produtivo. “A nova opção pode viabilizar a produção de imóveis. O que precisa é desburocratizar a concessão do crédito, para que chegue com mais facilidade.” 




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