A auxiliar de escritório Ana Paula dos Santos, 26 anos, acusa o HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo de negligência no parto do filho dela, que resultou na morte do bebê no último dia 30. Ela diz que o parto foi feito com uso do fórceps (instrumento semelhante a uma colher usado para ajudar o bebê a sair, mas que pode deixar lesões na mãe e na criança).

Ana Paula diz que teve uma gestação normal, com acompanhamento obstétrico e pré-natal. “Entrei em trabalho de parto às 4h do dia 30 e fui para o hospital. Às 10h30, estava com nove dedos de dilatação. Foi a hora que os médicos decidiram fazer o parto. Minha mãe me acompanhava o tempo todo. Na hora do parto, mandaram ela esperar na sala ao lado enquanto me preparavam. Como demorou muito para que a chamassem, ela decidiu entrar na sala de parto”, afirma a mãe.

“O bebê já havia nascido e ela viu o fórceps sujo de sangue. O bebê nasceu vivo, mas não chorou. Só deu uns gritinhos, parecendo um gato miando. Depois, morreu”, conta Ana Paula. A avó do bebê é auxiliar de enfermagem.

OUTROS CASOS

Existem quatro boletins de ocorrência abetos no 1º Distrito Policial de São Bernardo entre os dias 30 de dezembro e 1º de janeiro relatando mortes de recém-nascidos no HMU.

Segundo o cartório da delegacia, além do caso de Ana Paula, há outra ocorrência no dia 30, uma no dia 31 e outra no dia 1º.

Os casos foram registrados no 1º DP por conta do plantão de fim de semana e do feriado de ano novo. O 2º DP de São Bernardo – que é o responsável pela área onde o HMU se localiza – estava fechado. O 1º DP enviou os casos ontem para a delegacia da área, portanto só hoje eles devem ser recebidos e analisados para que as investigações tenham início.