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Impactos do novo coronavírus
Por Simpi
12/02/2020 | 00:01
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Identificado em Wuhan, uma cidade chinesa de 11 milhões de habitantes, o novo coronavírus (variedade 2019-nCoV) causa doença pulmonar para a qual ainda não há cura, medicamentos ou vacinas, cujos sintomas clínicos iniciais são de leves a moderados, muito parecidos com o da gripe comum – dificuldade em respirar, coriza, tosse, dor de garganta e febre – e que podem evoluir para um quadro bem mais grave, de insuficiência respiratória aguda, pneumonia e até a morte.

Até domingo passado, a quantidade de pessoas infectadas já ultrapassava os 40.170 casos, com 908 óbitos confirmados, números esses que ultrapassaram os da epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que ceifou 774 vidas em todo o mundo entre 2002/2003. Além disso, embora a taxa de mortalidade esteja estimada em 2% (inferior à da Sars), a velocidade de propagação desse novo vírus fez com que a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretasse estado de emergência internacional, enviando esforços conjuntos globais para se evitar uma pandemia.

O governo chinês agiu com energia e rapidez, construindo dois grandes hospitais em tempo recorde e implementou ações rigorosas de contenção e quarentena, como a suspensão de viagens, fechamento de fronteiras e restrições à circulação e aglomeração de pessoas. Porém, além de não ter sido suficiente para conter a doença dentro de seu território (espalhou-se para, pelo menos, outros 26 países), essas medidas tiveram, como efeito colateral, uma redução considerável do consumo naquele país asiático, levando à paralisia de importantes setores da economia, como a de manufatura, comércio, serviços e, principalmente, o de turismo, o que já está afetando negativamente a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) chinês para o primeiro semestre deste ano.

De fato, com a reabertura do mercado financeiro da China após o longo recesso do feriado de Ano-Novo Lunar, as bolsas de valores registraram baixas superiores a 7%, constituindo-se no maior recuo diário desde 2015. Assim, para evitar maiores danos, o Banco Central chinês decidiu injetar cerca de US$ 175 bilhões no mercado, mas esse esforço não foi suficiente para aplacar o pânico dos investidores, que ficaram temerosos pela perspectiva de desaceleração da segunda maior economia do mundo: os índices das principais bolsas de valores do planeta também despencaram, acompanhados pela queda geral de preços das commodities, como o petróleo. No Brasil, a cotação do dólar comercial atingiu níveis estratosféricos, aproximando-se do recorde histórico.

Acordo comercial Estados Unidos x China
Em meados do mês passado os Estados Unidos e a China assinaram a primeira fase de um acordo, aliviando uma guerra comercial que se prolongava há 18 meses. Segundo Roberto Luís Troster, consultor empresarial e ex-economista chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), trata-se de uma boa notícia. “Pode ser o fim de uma disputa em que o mundo inteiro perdeu, ou, ao menos, trata-se de uma trégua na tensão bilateral, o que pode dar um fôlego para toda a economia mundial”, afirma ele.

Entre outras medidas, o documento assinado prevê o comprometimento da China em importar um total de US$ 200 bilhões em bens dos Estados Unidos, incluindo o aumento da compra de produtos manufaturados, agrícolas, energia e serviços, com a finalidade de reduzir o deficit comercial existente entre os dois países. “O Brasil certamente vai perder uma fatia desse bolo, conquistado ao longo dos dois últimos anos. Por outro lado, outras oportunidades deverão se abrir com a retomada do crescimento da economia mundial, permitindo que busquemos novos mercados para compensar essa queda”, diz Troster. 




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