Política Titulo Imbróglio
Doria amplia repasse, mas adia o desfecho do Metrô

Estado acresce em 56% volume de verba voluntária liberada, porém descumpre prazo sobre Linha 18

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/01/2020 | 07:00
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DGABC


O governo João Doria (PSDB) aumentou o volume de recursos voluntários liberados ao Grande ABC na comparação entre 2018 e 2019, porém, não deu solução a uma das principais demandas da região: a ligação das sete cidades com o sistema de Metrô da Capital.

Dados do Portal da Transparência mantido pela Secretaria da Fazenda mostram que, no ano passado, a gestão tucana autorizou a transferência de R$ 69,1 milhões a todos os municípios da região. Em 2018, ainda no governo Márcio França (PSB), o Grande ABC efetivamente recebeu R$ 44,1 milhões. A diferença é de 56,5%. O valor engloba aporte endereçado a prefeituras e entidades.

Entre quantia de convênios assinados (ainda não repassados em sua totalidade), houve redução de projeção. Em 2018, França prometeu endereçar R$ 128 milhões em verbas não obrigatórias. Doria, R$ 114,5 milhões. A queda, nesse estrato, é de 10,5%.

Apesar do acréscimo na liberação de recursos, o mandato de Doria chegou ao fim de seu primeiro ano com incógnita sobre o pacote de mobilidade urbana que anunciou em agosto para o Grande ABC. À ocasião, como contraponto ao enterro da PPP (Parceria Público-Privada) para construção da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligaria a região à rede metroviária da Capital por monotrilho, Doria prometeu adotar BRT (sigla em inglês para ônibus de alta velocidade) entre o Centro de São Bernardo e a Estação Tamanduateí (da Linha 2-Verde do Metrô e Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), bem como desengavetar a Linha 20-Rosa do Metrô, que sairia do bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, rumo à Lapa, na Zona Oeste de São Paulo.

Em audiência na Assembleia Legislativa, o secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado, Alexandre Baldy, se comprometeu a, no fim do ano, divulgar ao menos estudo sobre o BRT. A promessa, entretanto, foi descumprida pelo titular da pasta do governo Doria. A secretaria não informou detalhes de quando a proposta será detalhada.

POR CIDADE
A boa relação entre Doria e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), é traduzida nos números de transferências voluntárias do ano passado. Proporcionalmente, o município foi o que mais viu impulsionada a verba estadual liberada. Em 2018, o Estado havia transferido efetivamente R$ 11,2 milhões. No ano passado, R$ 36,5 milhões. A alta é de 225,2%.

Na outra ponta está Santo André, administrada por Paulo Serra (PSDB). Em 2018, a cidade obteve R$ 10,5 milhões do governo paulista de forma voluntária. Em 2019, R$ 6,7 milhões. Queda de 35,6% (veja quadros completos nesta página).

Além de enaltecer o acréscimo de recursos voluntários liberados à região, o governo Doria listou obras e projetos costurados com o Grande ABC no ano passado.

“Além do repasse desses recursos, o Estado fez importantes entregas para os sete municípios do Grande ABC em 2019. Entre os destaques, podemos citar a assinatura do maior convênio da história em infraestrutura municipal com São Bernardo, no valor de R$ 30 milhões; após dez anos, o retorno do projeto para as obras do Piscinão Jaboticabal, que custarão R$ 15 milhões; a entrega do Baep (Batalhão de Açoes Especiais da Polícia) em São Bernardo; da Farmácia de Alto Custo de São Caetano; e retorno das obras da Fábrica da Cultura, em São Bernardo”, destacou a gestão tucana, por meio de nota.




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