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Região fecha ano com 13,6 mil na fila de espera por creches

Expectativa é a de que em 2020 sejam criadas 5.351 vagas em cinco cidades; especialista destaca importância da escola

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
29/12/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O Grande ABC fecha 2019 com a marca de 13.623 crianças de zero a 3 anos aguardando por uma vaga na creche. Os números foram informados por cinco das sete cidades da região. A expectativa é a de que sejam criadas, em 2020, 5.351 vagas, 39,3% da demanda sem atendimento. Para psicopedagoga que tem focado sua especialização na educação da primeira infância, é preciso entender que nesta etapa escolar já é possível o trabalho para formação de cidadãos.

Santo André atendeu 2.808 crianças em creche neste ano, no entanto, a cidade tem lista de espera de 3.679 alunos. Para 2020, serão ofertadas 918 novas vagas, chegando a 3.726. Além disso, a administração estima que sejam criados 1.600 postos ao longo do ano, chegando a 2.518.

São Bernardo informou que abriu 2.805 vagas nos últimos três anos e que em 2019 atendeu 12 mil crianças. A cidade tem 1.521 nomes na fila de espera. Para o ano que vem, a meta é zerar o deficit.

Diadema prevê abrir 96 vagas em 2020, mas são 4.500 crianças aguardando para ingressar na rede. Em 2019, o município atendeu 7.644 alunos de zero a 3 anos. Em Mauá, 6.559 crianças frequentaram a rede municipal e, no ano que vem, a administração deve abrir 2.737 vagas. A Prefeitura não informou quantas crianças estão na lista de espera. Em maio, eram 3.788. 

Ribeirão Pires tem 135 nomes aguardando oportunidade de estudar e ofertou 1.984 vagas em 2019. São Caetano e Rio Grande não responderam até o fechamento desta edição.

OPORTUNIDADE

“Na educação infantil, a gente não deve falar em ‘dar aula’, mas sim em sermos os facilitadores que vão proporcionar experiências e também aprender com as crianças”, observa a professora da educação infantil na rede pública de Fortaleza, no Ceará, Karen Justo. Ela pontua que, atualmente, as teorias mais modernas entendem o papel do primeiro educador, que é a família, do segundo, o professor, e do terceiro, que são as ambientações.

Ela é estudiosa do método Picker (Emmi Pikler, pediatra austríaca viveu entre 1902 e 1984), “abordagem que busca o respeito da singularidade de uma infância plural”. “Nenhuma infância é igual a outra. E entender a criança, o bebê, como um cidadão de direito, passa por entender que o professor é um garantidor e um validador dos seus direitos. O direito de brincar, de conhecer”, exemplificou.

Karen afirmou, ainda, que a estimulação precoce das crianças pode fazer com que tenham mais facilidade em decorar números e cores, mas não necessariamente sejam mais inteligentes. “Em um conceito de educação com afetividade e respeito, essa criança vai ser mais tolerante, mais paciente, capaz de se conectar com ela própria e com o outro”, assinalou.

A docente é idealizadora do evento Elas e o Chão: Narrativas do Cotidiano Pedagógico, que acontece em março de 2020 em São Paulo e reúne especialistas no tema para debater diversos assuntos. “A educação infantil tem hoje um novo olhar. Não a vemos mais como a antecipação do ensino fundamental e esse entendimento leva à uma gama de compreensões sobre o cuidado educacional”, destacou.




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