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Arsep aconselha Atila a revogar decreto sobre as tarifas de esgoto

Agência alertou sobre falta de estudo técnico para que Paço de Mauá fixasse novos valores

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
27/11/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Arsep (Agência Reguladora de Serviços Públicos) de Mauá recomendou ao governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) a “revogação imediata” do decreto que estabelece novos valores das tarifas de água e esgoto na cidade a partir de janeiro. A agência sustenta que a administração fixou os preços sem estudo técnico, como determina a legislação.

No documento, protocolado ontem no Paço mauaense, a Arsep volta a afirmar que Atila editou o decreto (número 8.606/2019) sem aval técnico da agência e que as mudanças nas tarifas causariam desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão dos serviços de saneamento, sob gestão da BRK Ambiental. Esse alerta da Arsep foi feito após questionamentos do vereador Fernando Rubinelli (PDT).

No ofício, a agência cita que a BRK acionou o órgão, afirmando que “a alteração tarifária impacta diretamente no equilíbrio econômico-financeiro do contrato celebrado entre a BRK e o município de Mauá”. “Não foi feito por esta agência reguladora estudo técnico que fundamente a revisão das tarifas dos serviços de fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, não tendo o decreto percorrido o caminho legal para a sua edição”, justifica a Arsep.

Ao Diário, a BRK confirmou que procurou a Arsep e sugeriu que não reconhece o decreto assinado por Atila na semana passada. “A BRK Ambiental confirma que encaminhou hoje (ontem) um ofício para a Arsep solicitando que a agência se manifeste sobre a redução tarifária promovida pelo Poder Executivo, considerando que a lei 11.445/2007 (Plano Nacional de Saneamento Básico) prevê que as definições sobre estrutura tarifária são responsabilidade da agência reguladora”, discorreu a concessionária.

Na recomendação encaminhada à gestão Atila, a Arsep prevê ainda que, caso o governo permaneça no desejo em avaliar nova tarifa a ser aplicada, “que faça provocação a este ente regulador para que se dê início a procedimento técnico de análise de equilíbrio econômico de contrato de concessão, nos moldes das atividades reguladoras previstas em leis e contratos”. Em outras palavras, a Arsep pede que o decreto seja revogado e que o governo aguarde levantamento técnico da agência antes de fixar novos valores para as tarifas.

Por meio de nota, o governo Atila descartou revogar o decreto porque “todos os protocolos foram seguidos e respeitados”.

REAJUSTE E REDUÇÃO
O novo decreto reajusta, em média, em 2,8% as tarifas de água para todos os níveis de consumo. Em algumas faixas, haverá redução de até 18,26% nas tarifas de esgoto tratado, em comparação com os valores vigentes. É justamente essa diminuição que tem sido apontada como responsável por desequilibrar o contrato com a BRK. O Paço, por sua vez, já antecipou que pode aditar o acordo com a concessionária como contrapartida. 




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