Política Titulo Mauá
PT diverge sobre apoio de Chiquinho

Donisete Braga emplaca discussão, mas delegados suspeitam do interesse

Por Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
23/04/2012 | 07:00
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Sem definir o candidato a vice-prefeito no projeto de reeleição de Oswaldo Dias ao comando do Paço, o encontro de delegados do PT de Mauá, realizado ontem na Associação Nipo Brasileira, foi marcado pela divergência sobre o eventual apoio de Chiquinho do Zaíra (PTdoB) à chapa petista. Defensor da ideia, o deputado estadual Donisete Braga emplacou a discussão, mas seus interesses na parceria foram questionados por delegados.

Na atividade comentou-se abertamente que a postura do parlamentar se dá vislumbrando a eleição para prefeito de 2016, quando Oswaldo, se reeleito neste ano, não poderá concorrer. Segundo delegados, Donisete quer inserir Chiquinho e os pré-candidatos ao Executivo Irmão Ozelito (PTB) e Paulo Bio (PV) no arco de aliados ao PT para herdar os apoios daqui a quatro anos, se fortalecendo para ser o nome do partido ao Paço.

"Não tenho necessidade de fazer isso. Estamos em 2012. Meu foco é neste ano. Não faço prognósticos para depois", rebateu. A eventual parceria foi criticada pelo vice-prefeito e secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira Júnior, já que Chiquinho possui passado ligado ao ex-prefeito Leonel Damo (PMDB), adversário histórico do PT.

"Os 93 mil votos que o Chiquinho teve são de projeto antagônico ao nosso. Representam o coletivo que esteve com ele, com Damo e (José Carlos) Grecco, que já governaram a cidade e foi um desastre", discorreu, lembrando o segundo turno da eleição de 2008.

Na semana passada, Chiquinho anunciou que concorrerá a vereador e apoiará à pré-candidatura a prefeito de Ozelito. A decisão, porém, é considerada por Donisete como reversível. "É o melhor caminho parar vencermos no primeiro turno", defende o deputado. "Ele abandonou o Leonel Damo. Não podemos subestimá-lo."

Questionado se aceitaria o apoio de Chiquinho, Oswaldo desconversou. "Esta discussão não é unilateral. Se vier para o debate é porque concorda com nossas propostas."

Na reunião os delegados referendaram Oswaldo como o candidato do partido a prefeito e aprovaram a coligação com PRB e PSB para a chapa à Câmara e o veto à parceria com PSDB, DEM, PPS e PMDB. Outro encontro, no início de junho, definirá o candidato a vice.

Aplauso e vaia - "Tem gente que precisa voltar a ser petista." A fala proferida por militante não identificado foi direcionada ao candidato a prefeito pelo PT derrotado na Justiça em 2004, Márcio Chaves, que desde 2010 reduziu o número de aparições nos debates da legenda por priorizar a carreira de consultor.

Ele ouviu a frase enquanto se preparava para opinar sobre a chapa majoritária e, de bate-pronto, retrucou. "E tem gente que tem de voltar a ser petista de fato. Vestir a camisa na eleição é fácil, caminhar com o partido desde a fundação é outra coisa. É questão de espírito, não de garganta", discorreu, para ser aplaudido.

Márcio não protocolou intenção de ser candidato a vereador, ao contrário do especulado há meses. Na relação de 36 nomes consta o ex-deputado federal Wagner Rubinelli, que voltou ao PT em 2010 após passar pelo PPS. O ex-parlamentar, porém, foi vaiado ao ser citado por Oswaldo.




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